Fundador do Telegram, Pavel Durov, é indiciado na França por organização de quadrilha

Por Cássio Gusson
Pavel Durov não poderá sair da França até o final do julgamento. Foto: Dall-e

O fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, enfrenta graves acusações na França após ser formalmente indiciado por organização de quadrilha e outros crimes. Durov, que passou quatro dias sob custódia policial, foi liberado sob fiança de € 5 milhões (aproximadamente US$ 31 milhões) e não pode deixar o território francês enquanto a investigação estiver em andamento. Além disso, ele deve se apresentar duas vezes por semana em uma delegacia de polícia.

Durov está sendo investigado pelo tribunal criminal de Paris, acusado de administrar uma plataforma que supostamente facilitou uma série de atividades ilícitas, incluindo armazenamento e distribuição de material de abuso sexual infantil (CSAM), tráfico de drogas, fraude organizada e outras transações ilegais. Além dessas acusações, Durov também enfrenta questionamentos sobre o registro e uso de criptomoedas associadas ao Telegram.

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A promotora de Paris, Laure Beccuau, confirmou as acusações e ressaltou que a investigação está avançando. Segundo Beccuau, o Telegram “aparece em vários casos envolvendo diversos delitos, como pornografia infantil, tráfico de drogas e discurso de ódio online”.

A promotora destacou que a falta de cooperação do Telegram com as autoridades francesas foi um fator determinante para a abertura da investigação, que está sendo conduzida pela seção de crimes cibernéticos do tribunal nacional do crime organizado (JUNALCO), em colaboração com o Escritório Nacional para Menores (OFMIN) e outras agências europeias.

Telegram

O Telegram, que atualmente possui cerca de 950 milhões de usuários ativos mensais, tem sido alvo de críticas devido à sua falta de ferramentas e processos eficazes de moderação de conteúdo. Durante a investigação preliminar, as autoridades francesas aprofundaram a análise das atividades ilícitas que ocorrem na plataforma, especialmente a disseminação de CSAM, tráfico de drogas e fraudes.

Em sua defesa, o advogado de Durov, David-Olivier Kaminski, afirmou que é “completamente absurdo” responsabilizar o fundador da plataforma por atos criminosos cometidos por terceiros. No entanto, essa defesa não explica a recusa do Telegram em cooperar com as autoridades em investigações criminais.

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Além das acusações relacionadas à moderação de conteúdo, Durov também enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, possivelmente ligadas ao uso de criptomoedas no Telegram.

A plataforma possui uma moeda digital chamada Stars, que pode ser usada para comprar conteúdo digital e convertida em Toncoin, uma criptomoeda apoiada pelo Telegram, que pode ser negociada em exchanges e transferida para contas bancárias. A falta de conformidade com as normas de “conheça seu cliente” pode estar relacionada a essas acusações.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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