- Spotify investe pesado em audiolivros em francês e holandês
- Parceria com IA divide opiniões no setor editorial
- Plataforma quer crescer fora do mercado anglófono tradicional
O Spotify quer dominar o mercado global de audiolivros. Na sexta-feira (11), a empresa anunciou um aporte de € 1 milhão cerca de R$ 5,45 milhões para ampliar sua oferta em outros idiomas.
A iniciativa busca atrair novos ouvintes fora do universo anglófono, começando por francês e holandês, duas línguas com pouca representação em áudio. O foco da plataforma recai sobre mercados onde os audiolivros ainda não decolaram, como França e Holanda.
Spotify aposta em idiomas pouco explorados
Na França, menos de 3% dos livros estão disponíveis em formato de áudio. Por lá, os leitores contam com apenas 20 mil audiolivros, diante de um acervo físico de 750 mil títulos.
Na Holanda, o cenário não é muito diferente. A biblioteca de audiolivros locais possui apenas 15 mil títulos, enquanto os livros impressos somam 209 mil obras.
O Spotify lançou seu serviço nessas regiões em outubro do ano passado. Agora, a empresa pretende acelerar essa transformação digital com a ajuda do novo investimento.
Parceria com IA gera polêmica
Para reduzir os altos custos de produção, o Spotify fechou uma parceria com a ElevenLabs, empresa que desenvolve soluções de narração com inteligência artificial. A ideia é permitir que autores independentes publiquem obras narradas por vozes sintéticas.
Mesmo assim, o Spotify insiste que seguirá colaborando com narradores humanos. A empresa tenta equilibrar a busca por escala com o respeito às tradições da indústria editorial.
Ainda mais, especialistas alertam para os riscos da narração artificial. Editoras questionam a qualidade da experiência e os impactos para profissionais de voz.
Apesar disso, o Spotify acredita que a IA pode acelerar a inclusão de mais idiomas em sua plataforma. O objetivo é claro: alcançar mais ouvintes no competitivo mercado global de audiolivros, avaliado em R$ 8,7 bilhões.
Ainda mais, se a estratégia der certo, a gigante do streaming pode assumir um novo protagonismo fora da música. E, dessa vez, com sotaques variados.