Telegram se tornou refúgio para criminosos e extremistas, afirma The New York Times

Por Luciano Rodrigues
Telegram se tornou refúgio para criminosos e extremistas, afirma The New York Times - Imagem: Dall-E

O Telegram, uma das plataformas de mensagens mais populares do mundo, está cada vez mais sendo explorado por criminosos e extremistas, transformando-se em um canal para atividades ilegais, como desinformação, tráfico de drogas, armas e abuso sexual infantil, indica um levantamento do jornal The New York Times.

A investigação foi realizada durante quatro meses pelo The New York Times, que analisou mais de 3,2 milhões de mensagens de mais de 16 mil canais do aplicativo.

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A apuração encontrou uma vasta rede de crimes e atividades extremistas que florescem livremente no Telegram.

Cerca de 1.500 canais operados por grupos supremacistas brancos foram identificados, reunindo quase um milhão de seguidores globalmente. Além disso, mais de duas dúzias de canais foram encontrados vendendo armas e drogas, incluindo MDMA, heroína e cocaína, para entrega em mais de 20 países.

Grupos terroristas como o Hamas e o Estado Islâmico (ISIS) também utilizaram o aplicativo para se comunicar e angariar seguidores.

O relatório identificou mais de 40 canais ligados ao Hamas, que viram um aumento de audiência em dez vezes após os ataques de 7 de outubro, somando mais de 400 milhões de visualizações apenas no mês de outubro.

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Rebecca Weiner, vice-comissária de inteligência e contraterrorismo do Departamento de Polícia de Nova York, foi categórica ao afirmar que criminosos sabem dessa característica do Telegram e por isso o utilizam:

O Telegram é o lugar mais popular para atores violentos e mal-intencionados se reunirem. Se você é um criminoso, é aí que você vai parar.

Telegram está sofrendo pressão internacional e CEO foi detido na França

Pavel Durov, o fundador do Telegram, foi preso na França no mês passado, acusado de não cooperar com investigações e de cumplicidade em crimes que ocorrem dentro da plataforma, como tráfico de drogas e exploração infantil.

Ele foi preso enquanto retornava de uma viagem e liberado após pagar uma fiança de €5 milhões. Sob supervisão judicial, Durov está proibido de deixar o país e deve comparecer regularmente a uma delegacia de polícia para prestar contas​.

O aplicativo agora enfrenta pressões crescentes de países democráticos e da União Europeia, que está considerando a supervisão do Telegram sob a Lei de Serviços Digitais, uma legislação destinada a obrigar plataformas digitais a intensificar a fiscalização sobre atividades ilegais.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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