A Lamborghini reafirma que carros 100% elétricos não representam o caminho certo para a marca neste momento. Rouven Mohr, diretor técnico da fabricante italiana, explicou ao site Motor1 que a decisão de não apostar em veículos totalmente elétricos foi acertada.
“Agora, não seria o momento certo para um EV, pelo menos não em um supercarro esportivo”, afirmou Mohr durante o lançamento do Urus SE no Nardò Technical Center.
Há cerca de cinco anos, a Lamborghini optou por hibridizar toda a sua linha de veículos, indo contra a tendência do mercado na época, que pressionava pela eletrificação completa.
Muitos fabricantes cederam a essa pressão, lançando EVs puros para atender às exigências de legislações mais rígidas e a um público que, aparentemente, caminhava para uma preferência por veículos elétricos. No entanto, o cenário mudou, com as vendas de EVs mostrando sinais de enfraquecimento e alguns governos flexibilizando mandatos que antes eram agressivos.
Essa mudança no mercado reforçou a estratégia da Lamborghini. Mohr destacou que a demanda por carros com motores de combustão interna (ICE) continua alta, principalmente em modelos extravagantes e de alta cilindrada.
A linha hibridizada da marca inclui três modelos que seguem essa tendência: o Revuelto com motor V-12, o Temerario biturbo e o SUV Urus, todos com assistência elétrica. Mohr também mencionou que essa estratégia coloca a Lamborghini em uma posição de destaque em relação aos concorrentes.
Lamborghini e carros elétricos
Mesmo satisfeito com os resultados, Mohr reconhece que a transição para a eletrificação total é inevitável. A Lamborghini já planeja o lançamento de seu primeiro carro totalmente elétrico para 2028.
O modelo será baseado no conceito Lanzador, revelado em 2022, e será um grand tourer 2+2 em formato de SUV, ao invés de um supercarro completo. Esse lançamento marcará um grande desafio para a Lamborghini, que precisa se diferenciar em um mercado saturado de EVs.
Mohr destaca que a marca continuará fiel ao seu DNA, prometendo que o primeiro Lamborghini elétrico terá o fator de “excitação” característico dos carros movidos a gasolina da empresa.
Ele explicou que o foco não estará apenas na potência máxima ou na aceleração, mas na criação de uma experiência única e diferenciada, capaz de emocionar os entusiastas da marca. Para Mohr, o simples ato de imitar a sensação de um motor de combustão interna não será suficiente.
O diretor técnico ainda mencionou inovações de outros fabricantes, como o Hyundai Ioniq 5 N, que simula a transmissão por paddle-shift, algo que ele considera interessante, mas não compatível com o perfil da Lamborghini. Segundo Mohr, a marca italiana precisa ir além e criar uma experiência de direção elétrica que seja incomparável com a dos carros de combustão interna.