A Uber terá 30 dias para implementar verificações de antecedentes por impressões digitais em motoristas que transportam adolescentes desacompanhados na Califórnia.
A decisão, emitida pela California Public Utilities Commission (CPUC), busca aumentar a segurança no transporte de menores, exigindo que as empresas assumam os custos dessas verificações e adotem protocolos mais rigorosos.
A medida afeta diretamente o serviço Uber for Teens, lançado em fevereiro deste ano, que permite que jovens de 13 a 17 anos utilizem o aplicativo sem supervisão de responsáveis.
O serviço já havia gerado críticas e uma carta de advertência da CPUC, solicitando que a Uber interrompesse o programa até que regulamentações de segurança fossem esclarecidas.
A nova decisão reflete a preocupação em proteger passageiros mais vulneráveis, especialmente em casos de abuso ou negligência.
No centro do debate está a participação no programa Trustline, um registro administrado pelo Departamento de Justiça da Califórnia que verifica antecedentes de cuidadores usando impressões digitais.
A CPUC argumenta que esse nível de rastreamento é essencial para evitar situações perigosas, incluindo possíveis interações com agressores sexuais.
Além disso, a decisão exige que as empresas compartilhem informações detalhadas sobre segurança em embarques, rastreamento de viagens em tempo real e treinamento específico para motoristas que transportam menores.
No Brasil, o serviço “Uber Adolescentes” está disponível desde fevereiro deste ano, mas por enquanto, nenhuma medida extra foi definida.
Uber diz que é inviável, mas concorrentes já utilizam o recurso
A Uber, porém, contesta a decisão. A empresa afirma que seu sistema atual, baseado em verificações por nome e recursos como rastreamento de viagem ao vivo, já é suficiente para garantir a segurança.
Também argumenta que a exigência de impressões digitais desencorajaria motoristas a se cadastrarem, impactando desproporcionalmente minorias e encarecendo o serviço.
Apesar disso, rivais como a startup HopSkipDrive já operam com padrões rigorosos que incluem verificações de antecedentes por impressões digitais.
A empresa, voltada exclusivamente para transporte infantil, destaca sua certificação de 15 pontos e telemática para monitoramento de direção segura.
Segundo a CPUC, a capacidade da HopSkipDrive de arcar com os custos das verificações é uma prova de que gigantes como a Uber também podem implementar o mesmo padrão sem transferir custos para os clientes.
A decisão chega em um momento delicado para a Uber, que enfrenta acusações de falhas em proteger passageiros de situações perigosas, incluindo casos de tráfico humano.
O aumento nos custos operacionais e a necessidade de adaptar o Uber for Teens podem criar desafios significativos para a empresa, mas reforçam um movimento maior em direção à regulamentação mais rígida do transporte de menores.
Enquanto a Uber avalia os próximos passos, a decisão da CPUC beneficia diretamente concorrentes como a HopSkipDrive, que já seguem protocolos mais robustos e conquistam a confiança dos pais.
A exigência de impressões digitais pode sinalizar uma mudança no setor, priorizando segurança em detrimento de conveniência.