- Waymo usará dados de câmeras para treinar IA generativa.
- Usuários poderão optar por não compartilhar suas informações.
- Waymo ainda registra prejuízo, mas planeja expansão em 2025.
A Waymo, empresa de veículos autônomos da Alphabet, dona do Google, levantou suspeitas de pretender usar vídeos internos de seus robotaxis associados às identidades dos passageiros para treinar modelos de IA generativos.
A informação surgiu após a pesquisadora Jane Manchun Wong encontrar uma versão não publicada da nova política de privacidade da companhia.
O documento também prevê a possibilidade de a Waymo compartilhar esses dados com terceiros, inclusive para personalizar anúncios. Isso levantou questionamentos sobre os limites éticos do uso de informações de comportamento em veículos autônomos para fins de treinamento de IA e marketing direcionado.
Apesar de a empresa oferecer aos usuários a opção de impedir o compartilhamento desses dados, o texto ainda não esclarece quais tipos de dados serão usados, se incluirão expressões faciais, linguagem corporal ou voz, nem se serão utilizados apenas internamente ou repassados a outras empresas da Alphabet, como Google ou DeepMind.
Você pode optar por não permitir que a Waymo, ou suas afiliadas, use suas informações pessoais (incluindo dados de câmera interna associados à sua identidade) para treinamento [IA generativa] – diz o texto preliminar da política.
Robotaxis em expansão, mas ainda sem lucro
Ao The Verge, que postou a matéria originalmente, Julia Ilina, porta-voz da Waymo, disse que a empresa não não tem planos de usar filmagens de câmeras dentro de seus robotaxis para treinar modelos de IA para anúncios direcionados.
A captura de tela compartilhada por Wong mostrava uma página de aplicativo ainda em desenvolvimento, com textos provisórios que não representavam com precisão o recurso, explicou Ilina. Segundo ela, o novo recurso não mudará a Política de Privacidade da Waymo. Mas permitirá que os passageiros optem por não compartilhar dados usados para treinar sistemas de aprendizado de máquina (ML).
Atualmente, os robotáxis da Waymo, que já realiza mais de 200 mil viagens semanais pagas em cidades como Los Angeles, Austin e Phoenix, utilizam câmeras internas para monitorar passageiros, garantir segurança e manter os veículos em boas condições. A empresa assegura que seus sistemas não identificam indivíduos nem usam os dados para publicidade segmentada.
A empresa registrou prejuízo operacional de R$ 7,03 bilhões (US$ 1,2 bilhão) em 2024, segundo dados da Alphabet. Ainda assim, a operação cresce e pretende expandir para Miami, Atlanta e Washington, DC.
No ano passado, a Waymo recebeu R$ 29,3 bilhões (US$ 5 bilhões) da Alphabet e captou mais R$ 32,8 bilhões (US$ 5,6 bilhões) de investidores externos. Com isso, alcançou uma avaliação superior a R$ 263,2 bilhões (US$ 45 bilhões). A expectativa é que parte desses recursos ajude a empresa a diversificar fontes de receita, como com anúncios personalizados e tecnologias de IA.