Na Austrália, uma iniciativa de conservação trouxe de volta à natureza um animal que habitava a Terra na época dos dinossauros. O takahē, uma ave que se acreditava extinta por quase 50 anos, foi reintroduzido com sucesso em Greenstone Station, uma propriedade tribal do Ngāi Tahu, em parceria com o Departamento de Conservação (DOC) da Nova Zelândia.
Em agosto do ano passado, 18 aves foram soltas no local para formar uma nova população selvagem. Desde então, outras 10 aves se juntaram ao grupo, resultando em uma população fundadora de 28 indivíduos. O objetivo do programa é restabelecer a presença do takahē em áreas de seu habitat histórico, garantindo a sobrevivência da espécie a longo prazo.
Os resultados até agora superaram expectativas. O habitat se mostrou ideal para o takahē, com boas condições de saúde das aves e a formação de oito pares reprodutivos poucos meses após a reintrodução. Entre sete e dez filhotes nasceram, com cinco deles sobrevivendo até os seis meses de idade, uma taxa de sucesso superior à registrada em outros locais selvagens.
O programa contou com esforços intensivos de controle de predadores, realizados com apoio de organizações como Air New Zealand e Southern Lakes Sanctuary. Armadilhas e monitoramento contínuo garantiram a segurança dos adultos, embora o período de inverno ainda represente desafios, devido ao aumento de predadores como furões e gatos selvagens.
Animal da época dos dinossauros
Apesar dos avanços, o programa enfrenta desafios. Uma das aves juvenis sofreu uma fratura durante um procedimento de monitoramento e precisou ser sacrificada. O DOC destacou a importância do uso de transmissores para acompanhar as aves, apesar dos riscos. Esses dispositivos ajudam a mapear movimentos e a avaliar o impacto das medidas de conservação, fundamentais para expandir a população para outras áreas no futuro.
A recuperação do takahē é vista como um marco para a biodiversidade. Atualmente, a população nacional da espécie chega a 500 indivíduos, crescendo cerca de 8% ao ano. A colaboração entre Ngāi Tahu, DOC e parceiros como Fulton Hogan reflete o comprometimento com a conservação de espécies ameaçadas.
A Greenstone Station se tornou um exemplo de convivência entre conservação e atividades agrícolas. Aves e gado compartilham o habitat, enquanto cães pastores passam por treinamentos para evitar interações prejudiciais. O sucesso da reintrodução abre caminho para futuras expansões populacionais, incluindo possíveis liberações em 2025 no Vale de Rees.