Aranhas gigantes, maiores que ratos, surgem a Europa após quase extinção

Por Cássio Gusson
Aranhas gigantes reaparecem na Europa. Foto: Dall-e

Uma das espécies mais temidas e fascinantes do Reino Unido, as aranhas fen raft (Dolomedes plantarius), conhecidas por suas habilidades de correr sobre a água e por seu tamanho impressionante, está fazendo um retorno surpreendente após quase ser extinta.

Após décadas de declínio, essas aranhas gigantes, que podem alcançar o tamanho de um rato, estão ressurgindo em diversas regiões do país, trazendo consigo tanto admiração quanto preocupação.

As aranhas fen raft habitam pântanos e áreas úmidas, onde tecem teias que podem alcançar até 30 centímetros de diâmetro. No entanto, a Revolução Industrial e a consequente drenagem dos pântanos quase dizimaram a espécie, deixando sua população restrita a apenas três locais no Reino Unido até o início do século XXI. Estimativas de 2010 apontavam para uma população crítica, com apenas algumas centenas de fêmeas reprodutoras.

Graças a esforços intensivos de conservação liderados pela Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) e pelo Chester Zoo, a situação começou a mudar. Um programa de reintrodução e monitoramento, iniciado há mais de uma década, resultou na recuperação significativa da população dessas aranhas.

Hoje, estima-se que existam cerca de 10 mil fêmeas reprodutoras espalhadas por diversas áreas do Reino Unido, e as projeções indicam um crescimento contínuo.

Aranhas gigantes

O ressurgimento das aranhas fen raft é um marco importante para a biodiversidade do Reino Unido. Além de ser a maior das 660 espécies de aranhas conhecidas no país, a Dolomedes plantarius desempenha um papel crucial no ecossistema das áreas úmidas.

Contudo, a presença dessas aranhas gigantes, algumas das quais chegam a atingir o tamanho da mão de um homem adulto, também levanta questões sobre os impactos ecológicos e a convivência com outras espécies.

Segundo especialistas da RSPB, as aranhas fen raft estão prestes a viver seu melhor ano registrado desde o início dos esforços de conservação, representando um exemplo de sucesso na recuperação de espécies ameaçadas.

No entanto, as autoridades alertam que a vigilância contínua é essencial para garantir que essa recuperação não cause desequilíbrios ecológicos e que outras espécies vulneráveis também recebam a atenção necessária.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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