Asma pode ter cura, segundo cientistas chineses

Por Luciano Rodrigues
Asma pode ter cura, segundo cientistas chineses - Imagem: Dall-E

Um grupo de cientistas chineses alcançou resultados promissores para a cura da asma, após testes realizados com animais.

O tratamento experimental desenvolvido na China para a cura da asma é inspirado na última tecnologia de combate ao câncer, as células CAR-T. Em pacientes oncológicos, essas células editadas geneticamente combatem os tumores. Nesse novo caso, elas são usadas para combater as células que causam a inflamação pulmonar.

Em roedores, a nova forma de tratamento da asma demonstrou ser bastante efetiva, como os pesquisadores da Universidade Tsinghua detalham em artigo publicado na revista Nature Immunology. Agora, o próximo passo envolve testar as células CAR-T em pessoas com asma, durante as três fases de testes clínicos.

Por causa da asma, as vias aéreas do paciente incham e se estreitam, o que dificulta a respiração. Dependendo da intensidade da crise e do histórico do paciente, a condição pode ser fatal, especialmente se ocorre uma parada cardiorrespiratória — por isso, as bombinhas são tão importantes no dia a dia.

As complicações da asma, como o estreitamento das vias, estão relacionadas com os eosinófilos, um tipo de glóbulo branco com potencial inflamatório. Quando o paciente tem sinais de crise asmática, os níveis dos eosinófilos aumentam no sangue. Em condições normais, isso protegeria o paciente contra infecções, mas, aqui, a resposta é exagerada e negativa.

Nesses casos, os medicamentos para asma, como os esteroides inalados, podem reduzir a intensidade da resposta imunológica, aliviando os sintomas. No entanto, isso não representa uma cura definitiva, mas, sim, o controle dos sintomas.

Tratamento contra asma foi promissor nos testes

Então, a proposta dos cientistas chineses é usar uma nova leva de células CAR-T, modificadas em laboratório, para matar os eosinófilos em excesso. Nos camundongos, uma única infusão dessas células levou à repressão sustentada da inflamação pulmonar e ao alívio dos sintomas asmáticos por um ano.

Para o prosseguimento do estudo, existem inúmeros desafios, como o alto custo da manipulação e desenvolvimento das células CAR-T em laboratório, o que deve limitar o acesso em massa ao novo tratamento pelo menos nos primeiros anos.

Além disso, todo o mecanismo pode ser testado contra outras doenças associadas aos mesmos processos inflamatórios, como alergias, dermatite atópica ou doença pulmonar obstrutiva. Em teste, essas condições podem ser igualmente tratadas, com algumas alterações e ajustes.

Se os resultados forem positivos e a terapia for considerada segura, pode ser uma solução para as cerca de 300 milhões de pessoas que convivem com asma no mundo, sendo que as formas mais graves, como a tipo 2, provocam a morte de 250 mil pessoas todos os anos.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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