Brasil cria minicérebros usando células de humanos com mais de 100 anos

Por Cássio Gusson
Imagem: Dall-e
  • Pesquisa inovadora: Minicérebros revelam segredos da longevidade extrema.
  • Genética poderosa: USP investiga genes que protegem contra Alzheimer.
  • Ciência avançada: Estudo brasileiro pode revolucionar o envelhecimento saudável.

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) desenvolvem minicérebros usando células de idosos supercentenários para entender os segredos da longevidade.

O estudo busca identificar genes que conferem proteção contra doenças neurodegenerativas e promovem um envelhecimento saudável.

Os pesquisadores selecionaram idosos com mais de 100 anos que não apresentam doenças neurológicas. Assim, entre os participantes, está a freira Inah Canabarro Lucas, que aos 116 anos se tornou a pessoa viva mais velha do mundo.

Outros voluntários incluem o veterinário Milton, de 108 anos, e a nadadora Laura, de 105 anos.

Os cientistas coletam células do sangue desses idosos e as transformam em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Desse modo, esse processo permite que as células se convertam em qualquer outro tipo, inclusive neurônios.

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Dessa forma, a equipe da USP cria minicérebros em laboratório, simulando as funções cerebrais desses supercentenários.

minicérebros usando células de humanos
Imagem: X

Células de humanos em minicérebros

A cientista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), destaca a importância desse estudo.

Segundo ela, os minicérebros permitem entender melhor os processos biológicos do envelhecimento e podem ajudar a identificar mecanismos naturais de proteção contra Alzheimer.

Em outra frente, os pesquisadores da USP sequenciam os genomas desses idosos para identificar genes protetores. Assim, o objetivo é descobrir como essas pessoas superaram a expectativa de vida média sem desenvolver doenças neurodegenerativas.

A equipe acredita que a diversidade genética dos brasileiros oferece uma vantagem para a pesquisa.

“Nosso DNA é altamente variável devido à miscigenação, o que nos permite identificar um maior número de genes protetores“, explica Zatz.

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Em breve, os primeiros resultados serão divulgados e podem beneficiar milhares de pessoas no mundo todo. Além disso, coloca a pesquisa entre uma das mais avançadas no mundo na área.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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