Cientistas da Universidade de Cambridge, em colaboração com o Instituto Janelia de Pesquisa Biomédica, desenvolveram o primeiro mapeamento detalhado do cérebro de uma mosca da fruta adulta.
A conquista foi comparada a um “Google Maps” do cérebro, permitindo a visualização precisa das conexões neuronais dessa espécie. Essa pesquisa representa um avanço importante na neurociência, oferecendo insights sobre o funcionamento de cérebros mais complexos, como o humano.
O termo “Google Maps” do cérebro refere-se ao mapa detalhado das conexões neuronais no cérebro da mosca da fruta. Cientistas rastrearam cerca de 3.000 neurônios e mais de 500.000 conexões sinápticas.
Esse processo, chamado conectômica, usa técnicas de imagem de alta resolução para capturar cada célula cerebral e suas interações. Assim como o Google Maps ajuda na navegação, o mapa cerebral auxilia na compreensão de como os sinais se movem pelo cérebro e como diferentes áreas se comunicam.
Por que os cientistas de Cambridge escolheram a mosca da fruta?
A Drosophila melanogaster, conhecida como mosca da fruta, é amplamente estudada na biologia. Seu ciclo de vida curto e cérebro simples facilitam o estudo de suas conexões neurais. Apesar da simplicidade, o cérebro da mosca compartilha semelhanças com cérebros mais complexos, tornando-a um modelo ideal para explorar como os circuitos neuronais influenciam o comportamento.
Esse “Google Maps” cerebral oferece novas perspectivas sobre o comportamento e o funcionamento neural. Os pesquisadores acreditam que o mapa pode ajudar a identificar como padrões de conexões neuronais influenciam comportamentos específicos. Além disso, pode fornecer insights sobre distúrbios neurológicos humanos, como Alzheimer, ao revelar como falhas nas conexões cerebrais afetam funções mentais.
A criação desse mapa cerebral foi possível graças a avanços em imagem de alta resolução e inteligência artificial. Microscopia eletrônica avançada permitiu capturar imagens detalhadas do cérebro da mosca, enquanto a IA auxiliou na análise dos dados, resultando em um mapa preciso das conexões neurais. Esses avanços sugerem que mapas cerebrais mais complexos poderão ser criados no futuro.