Celulares não causam câncer cerebral, diz maior estudo já feito até hoje

Por Luciano Rodrigues
Celulares não causam câncer cerebral, diz maior estudo já feito até hoje - Imagem: Dall-E

Uma revisão abrangente encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que os telefones celulares não estão associados ao desenvolvimento de câncer no cérebro e na cabeça.

Conduzida pela Agência Australiana de Proteção contra Radiação e Segurança Nuclear (Arpansa), a revisão sistemática analisou mais de cinco mil estudos, dos quais os mais rigorosos foram selecionados para a análise final. O estudo é considerado o mais abrangente sobre o tema até o momento.

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O foco da revisão estava em cânceres do sistema nervoso central, como tumores cerebrais, das glândulas salivares e de outras áreas da cabeça e pescoço.

Publicada recentemente, a análise não encontrou nenhuma associação significativa entre o uso de telefones celulares e o desenvolvimento desses tipos de câncer, mesmo entre aqueles que usam o celular há mais de 10 anos ou que passam muitas horas diárias em chamadas.

O principal autor da revisão, Ken Karipidis, professor associado e diretor assistente de avaliação de impacto na saúde da Arpansa, destacou:

Concluímos que as evidências não mostram uma ligação entre telefones celulares e câncer cerebral ou outros tipos de câncer de cabeça e pescoço.”

Uma das razões para a persistência das preocupações públicas sobre a segurança dos celulares é a associação equivocada entre a radiação emitida por dispositivos móveis e a radiação nuclear.

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No entanto, Karipidis destacou que a radiação de radiofrequência, como a emitida por celulares, é um tipo de radiação eletromagnética de baixa energia, semelhante às ondas de rádio, e é onipresente no ambiente diário.

O estudo também abordou preocupações anteriores que surgiram de pesquisas iniciais, onde pacientes com tumores cerebrais relataram uso prolongado de celulares.

Esses estudos, segundo Karipidis, muitas vezes sofriam de viés, pois aqueles que já haviam sido diagnosticados tendiam a exagerar a exposição passada.

Com a evolução da pesquisa, estudos mais recentes e metodologicamente sólidos não encontraram essa associação.

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Desde que a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), um braço da OMS, classificou a radiação de radiofrequência como um possível agente cancerígeno em 2011, houve um aumento na pesquisa sobre o assunto.

No entanto, essa classificação colocou a radiação de celulares no mesmo nível de risco que substâncias como aloe vera e vegetais em conserva, indicando que o perigo, se existente, é mínimo e incerto.

Estudo para prevenção de outros tipos de câncer continuam

Enquanto a revisão sistemática fortalece a evidência de que os celulares são seguros em relação ao risco de câncer, Karipidis enfatizou a importância de continuar monitorando os impactos à medida que a tecnologia evolui.

A equipe de pesquisadores já está trabalhando na próxima fase do estudo, que investigará a relação entre o uso de celulares e outros tipos de câncer menos comuns, como leucemia e linfoma não-Hodgkin.

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Tim Driscoll, professor da Universidade de Sydney, elogiou a revisão como um trabalho rigoroso e independente, tranquilizando o público de que os celulares podem ser considerados seguros no que diz respeito ao risco de câncer.

No entanto, ele destacou que, como em todas as pesquisas científicas, é fundamental continuar investigando para garantir a segurança à medida que novas tecnologias surgem.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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