A China se tornou o primeiro país do mundo a estabelecer diretrizes específicas para o desenvolvimento de robôs humanoides, marcando um passo significativo na regulamentação dessa tecnologia emergente.
Conforme relatado pelo South China Morning Post (SCMP), cinco organizações industriais sediadas em Xangai, incluindo a Shanghai Law Society, a Shanghai Artificial Intelligence Industry Association e o National and Local Humanoid Robot Innovation Centre, colaboraram na criação dessas diretrizes. As normas foram apresentadas durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC) realizada em Xangai na semana passada.
Os robôs humanoides estão rapidamente evoluindo e alcançando um ponto de maturidade que permite sua aplicação em cenários do mundo real. Diversas empresas ao redor do globo estão investindo suas energias e conhecimentos na criação desses robôs, visando transformar a maneira como tarefas são executadas em ambientes industriais e domésticos. Na WAIC, 18 empresas de robótica, incluindo a Tesla, demonstraram seus avanços em robôs humanoides, destacando o potencial dessa tecnologia.
Inspiradas nas “3 Leis da Robótica” de Isaac Asimov, as diretrizes chinesas visam garantir que os robôs humanoides salvaguardem a dignidade humana e não representem uma ameaça à segurança das pessoas. O documento enfatiza a importância da cooperação global, incentivando o investimento e a padronização, além de promover a proteção robusta da propriedade intelectual e o desenvolvimento de talentos.
As medidas de gerenciamento de risco propostas incluem a conformidade com leis, treinamento ético, proteção de privacidade e sistemas de resposta a emergências. As diretrizes também destacam a necessidade de governança global, regulamentação baseada em consenso, gerenciamento de ciclo de vida, avaliações de segurança, educação pública e integração regulatória global.
China e robôs
A criação dessas diretrizes ocorre em um momento crucial, à medida que o entusiasmo em torno dos robôs humanoides cresce. Empresas como a Agility Robotics, que desenvolveu o robô Digit, já estão implementando robôs em aplicações reais, como em armazéns da GXO. No entanto, a falta de padrões de segurança oficiais para o design humanoide representa uma barreira para a ampla aceitação desses robôs, já que cada cliente precisa realizar avaliações de risco antes de implantá-los em fábricas ou depósitos.
Para endereçar essas questões, o IEEE iniciou um Grupo de Estudo de Humanoides para explorar os padrões mundiais existentes e identificar lacunas, visando criar normas para testes, segurança e desempenho dos robôs humanoides.