Cientistas descobrem 1.700 vírus antigos em geleira do Tibete e levantam discussão sobre riscos do derretimento do gelo

Por Luciano Rodrigues
Cientistas descobrem 1.700 vírus antigos em geleira do Tibete e levantam discussão sobre riscos do derretimento do gelo - Imagem: Dall-E

Cientistas descobriram mais de 1.700 vírus antigos ocultos nas profundezas da Geleira Guliya, localizada no Planalto Tibetano, a oeste da China. A descoberta, feita por uma equipe da Universidade Estadual de Ohio, levanta preocupações globais sobre o potencial surgimento de patógenos desconhecidos à medida que o aquecimento global provoca o derretimento das geleiras.

Segundo o jornal britânico DailyMail, muitos dos vírus identificados nunca haviam sido vistos antes, o que aumenta o temor de que possam surgir novas ameaças à saúde global.

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A pesquisa envolveu a perfuração de mais de 300 metros na geleira para extrair amostras de gelo datadas de 41 mil anos.

Essas amostras revelaram a presença de vírus que sobreviveram a três grandes mudanças climáticas ao longo dos milênios.

A análise metagenômica, uma técnica usada para sequenciar o DNA de cada segmento, permitiu a identificação de cada cepa viral, revelando a diversidade e a singularidade desses patógenos.

Derretimento do gelo e o risco de novas pandemias

Embora os pesquisadores tenham declarado que os 1.700 vírus encontrados não representam ameaça à saúde humana, pois só podem infectar arqueas e bactérias, a descoberta ressalta os perigos potenciais do derretimento das geleiras.

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O caso de esporos de antraz liberados na Sibéria em 2016, após o derretimento de uma carcaça congelada por 75 anos, exemplifica o risco real de patógenos antigos voltarem à vida e afetarem populações humanas e animais.

A pesquisa foi publicada um dia antes de o rapper e ator Chris “Ludacris” Bridges postar um vídeo nas redes sociais, onde é visto bebendo água derretida de uma geleira no Alasca.

O vídeo gerou milhões de visualizações e preocupações sobre os riscos de consumir água não tratada de fontes glaciais, que podem conter patógenos desconhecidos.

A descoberta na Geleira Guliya reforça a necessidade de monitorar as mudanças ambientais em regiões polares e montanhosas, onde o gelo antigo pode estar prestes a liberar vírus que ficaram dormentes por milênios.

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Embora os cientistas garantam que esses micróbios não representam uma ameaça imediata, o estudo destaca a importância de entender o impacto do aquecimento global em ecossistemas que, até recentemente, eram considerados intocados.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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