Cientistas descobrem novo tratamento para diabete

Por Cássio Gusson
Novo medicamento para tratar a diabete. Foto: Dall-e

Pesquisadores do Mount Sinai Health System, em Nova Iorque, e do City of Hope, em Los Angeles, anunciaram nesta quinta, 11, uma descoberta revolucionária no tratamento da diabete.

Em estudos pré-clínicos, a equipe conseguiu regenerar células beta humanas produtoras de insulina, oferecendo uma potencial nova abordagem terapêutica para a doença. Os resultados foram publicados na prestigiada revista *Science Translational Medicine*.

A pesquisa, liderada pelo Dr. Andrew F. Stewart, diretor do Instituto de Diabetes, Obesidade e Metabolismo do Mount Sinai, e pelo Dr. Adolfo Garcia-Ocaña, agora no City of Hope, iniciou-se em 2015 na Escola de Medicina Icahn do Mount Sinai. A equipe investigou a combinação do produto natural harmina, encontrado em algumas plantas, com agonistas do receptor GLP1, uma classe de terapias amplamente usada no tratamento do diabetes tipo 2.

Em experimentos com camundongos imunodeficientes, modelo padrão para diabetes tipo 1 e tipo 2, os pesquisadores transplantaram um pequeno número de células beta humanas e trataram os animais com a combinação terapêutica. O resultado foi impressionante: a diabetes foi rapidamente revertida e o número de células beta humanas aumentou em 700% ao longo de três meses.

Diabete

“Esta é a primeira vez que cientistas desenvolvem um tratamento comprovado para aumentar o número de células beta humanas adultas in vivo. Esta pesquisa traz esperança para o uso de terapias regenerativas futuras para potencialmente tratar centenas de milhões de pessoas com diabetes,” disse Dr. Garcia-Ocaña.

Apesar dos avanços, a pesquisa ainda enfrenta desafios significativos, especialmente em pacientes com diabetes tipo 1, onde o sistema imunológico continua a destruir novas células beta. Para enfrentar esse problema, Dr. Garcia-Ocaña e Dr. Alberto Pugliese, do City of Hope, planejam testar indutores de regeneração de células beta juntamente com imunomoduladores para permitir que as novas células prosperem e melhorem os níveis de insulina.

O Mount Sinai recentemente completou um ensaio clínico de fase 1 da harmina em voluntários saudáveis para testar sua segurança e tolerabilidade. Além disso, novas gerações de inibidores de DYRK1A estão sendo desenvolvidas, com estudos planejados para avaliar sua toxicidade e dosagem em humanos, com ensaios clínicos previstos para o próximo ano.

“Os nossos estudos pavimentam o caminho para mover os inibidores de DYRK1A para ensaios clínicos humanos, e é muito empolgante estar perto de ver este novo tratamento ser usado em pacientes,” afirmou Dr. Garcia-Ocaña.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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