Cientistas encontram nova célula de gordura no corpo humano, a gordura bege

Por Cássio Gusson
Gordura bege é descoberta no corpo humano. Foto: Dall-e

Cientistas anunciaram a descoberta de um novo tipo de célula de gordura no corpo humano, conhecida como “gordura bege”, que pode revolucionar o tratamento da obesidade e de doenças metabólicas. Esse novo tipo de célula de gordura auxilia no metabolismo energético, transformando o excesso de energia em calor por meio de processos exclusivos.

A descoberta, que foi liderada por uma equipe internacional de pesquisa, oferece novas possibilidades para o gerenciamento de peso e a melhoria da saúde metabólica.

No corpo humano, existem três tipos principais de células de gordura: branca, marrom e bege. As células de gordura branca são responsáveis pelo armazenamento de energia, enquanto as células de gordura marrom, mais ativas em bebês, produzem calor para manter a temperatura corporal.

Com o passar dos anos, a quantidade de tecido adiposo marrom diminui, restando muito pouco em adultos. Já as células de gordura bege, anteriormente conhecidas, estão dispersas entre o tecido adiposo branco, especialmente nas regiões do pescoço e dos ombros, e têm a capacidade de gerar calor, contribuindo para a queima de energia.

A descoberta desse novo tipo de célula de gordura bege é especialmente significativa porque essas células desempenham um papel crucial no metabolismo energético. Segundo Anand Sharma, pós-doutorado na ETH Zurich e coautor do estudo, “as células de gordura desse novo tipo bege têm um efeito positivo em doenças metabólicas e obesidade, o que as torna extremamente importantes para futuras pesquisas e tratamentos.”

Gordura bege

A nova célula de gordura bege se diferencia das outras por gerar calor através de um processo inovador, conhecido como “mecanismo de Sísifo”. Este mecanismo envolve ciclos bioquímicos “fúteis”, nos quais as células quebram gorduras em ácidos graxos e as remontam, ou convertem moléculas de creatina em fosfato de creatina, apenas para reconvertê-las imediatamente.

Embora esses ciclos não contribuam diretamente para o armazenamento ou uso de energia, eles consomem calorias e geram calor, ajudando a queimar o excesso de gordura.

Esses ciclos fúteis tornam as novas células de gordura bege especialmente promissoras para prevenir a obesidade e distúrbios metabólicos, como o diabetes. Estudos em humanos revelaram que quase todos possuem essas células, embora em quantidades variáveis. Indivíduos com uma maior quantidade dessas células tendem a ser mais magros e a ter uma melhor saúde metabólica.

A descoberta dessas novas células de gordura bege abre caminho para diversas aplicações clínicas. No futuro, pode ser possível transplantar essas células em pessoas com deficiência delas ou desenvolver medicamentos que as ativem, promovendo a queima de gordura e a manutenção de um peso saudável. Essa abordagem poderia ser particularmente útil para pessoas que lutam com altos níveis de açúcar no sangue ou que precisam manter o peso corporal após uma perda significativa de peso.

Tongtong Wang, estudante de doutorado na ETH Zurich e principal autor do estudo, ressalta: “Ativar essas células pode ser a chave para ajudar as pessoas a manterem um peso saudável a longo prazo.”

Com esses avanços, a ciência oferece uma nova esperança para o combate à obesidade e à melhoria da saúde metabólica, demonstrando mais uma vez como o conhecimento científico pode transformar vidas.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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