Cientistas ensinam ratos a dirigir e roedores ficam viciados na experiência

Por Luciano Rodrigues

Em um estudo recente, cientistas criaram pequenos veículos elétricos operados por ratos para entender como esses animais adquirem novas habilidades.

A experiência envolveu o uso de condicionamento operante, incentivando os ratos a dirigir em troca de recompensas como cereais.

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O resultado? Ratos em ambientes enriquecidos demonstraram maior facilidade em aprender a dirigir, reforçando a teoria de que estímulos complexos favorecem a neuroplasticidade:
a capacidade do cérebro de mudar ao longo da vida em resposta às exigências ambientais.

Os pesquisadores relataram algo inesperado: as cobaias mostraram entusiasmo pelo treinamento.

Eles frequentemente corriam para os carros antes mesmo de receberem recompensas, evidenciando uma motivação intrínseca para a atividade.

Esse comportamento chamou a atenção dos cientistas, que começaram a explorar as emoções dos animais em relação à antecipação de experiências positivas.

A cientista Kelly Lambert, à frente do projeto, comentou:

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Como um neurocientista que defende a habitação e os testes de animais de laboratório em habitats naturais, achei divertido ver o quanto nos afastamos das minhas práticas de laboratório com este projeto. Os ratos geralmente preferem terra, gravetos e pedras a objetos de plástico. Agora, nós os tínhamos dirigindo carros.

Ratos demonstraram emoções positivas

A equipe de pesquisa desenvolveu um programa denominado “Wait For It”, no qual os ratos eram treinados para esperar recompensas, em vez de recebê-las instantaneamente.

Com isso, os cientistas observaram mudanças significativas no comportamento dos roedores, que passaram de um estilo cognitivo mais pessimista para um otimista, além de apresentarem melhor desempenho em tarefas de resolução de problemas.

Até mesmo suas posturas físicas, como o rabo elevado, indicaram a liberação de dopamina e opioides naturais associados à antecipação de algo prazeroso.

Outra descoberta notável ocorreu quando os ratos preferiram dirigir até a recompensa, mesmo podendo alcançar o prêmio caminhando, o que sugere que os animais apreciavam tanto a jornada quanto a gratificação final.

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Esses insights mostram como a antecipação de experiências positivas afeta o cérebro e o comportamento, não apenas em humanos, mas também em animais.

A pesquisa abre novos caminhos para entender como emoções positivas moldam o cérebro, contrapondo a ênfase tradicional nas respostas ao estresse e ao medo.

Os ratos motoristas, além de desafiar os limites da ciência, ensinam uma valiosa lição: antecipar, planejar e desfrutar o caminho pode ser tão importante quanto atingir o objetivo final.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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