IA está ajudando pesquisadores a decifrar o ‘baleiês’ das cachalotes

Por Luciano Rodrigues
IA está ajudando pesquisadores a decifrar o 'baleiês' das cachalotes - Imagem: Dall-E

Pesquisadores estão desvendando os mistérios da comunicação dos cachalotes, os gigantes das profundezas oceânicas, com a ajuda da inteligência artificial (IA).

Esses mamíferos marinhos, conhecidos por seus complexos comportamentos sociais, mergulham a profundidades de até 3 mil metros e podem prender a respiração por duas horas.

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No entanto, suas interações e métodos de caça, especialmente contra lulas, permanecem um enigma.

Os cachalotes comunicam-se usando sequências rítmicas de cliques chamadas codas e vivem em sociedades matrilineares, onde filhas, mães e avós formam grupos estáveis enquanto os machos vagam pelos oceanos.

Estudos revelaram que as vocalizações dos cachalotes possuem uma estrutura semelhante à linguagem humana.

Pesquisadores identificaram 156 tipos distintos de codas e, com a ajuda da IA, estão decodificando um “alfabeto fonético” desses cliques.

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Cada coda consiste em variações de tempo e ornamentações, sugerindo uma comunicação muito mais complexa do que se pensava anteriormente.

Pesquisadores avaliam que descobertas podem ajudar também na preservação das cachalotes

Kirsten Young, cientista marinha da Universidade de Exeter, comentou o estudo:

“Estamos começando a juntar as peças do quebra-cabeça. E talvez se pudéssemos ouvir e realmente entender algo como o quão importantes as avós dos cachalotes são para elas — algo que ressoa com os humanos, poderíamos impulsionar a mudança no comportamento humano para protegê-las.”

David Gruber, líder da Cetacean Translation Initiative (CETI), ressalta que a IA permite uma análise mais profunda das interações desses animais.

Desde 2005, o Dominica Sperm Whale Project tem estudado esses mamíferos no Caribe Oriental, descobrindo complexidades nunca antes observadas nas suas vocalizações.

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Os cachalotes estão classificados como “vulneráveis” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e enfrentam ameaças como mudanças climáticas e poluição sonora.

A compreensão de suas comunicações pode ser crucial para a sua conservação e proteção no futuro.

Embora essas descobertas sejam promissoras, Young destaca que ainda estão longe de entender completamente o que os cachalotes estão dizendo uns aos outros.

“Nós realmente não temos ideia. Mas quanto melhor pudermos entender esses animais incríveis, mais saberemos sobre como podemos protegê-los.”

A colaboração entre tecnologias avançadas e observações científicas pode levar a uma melhor compreensão e proteção dos cachalotes e de outras espécies marinhas.

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A pesquisa em comunicação animal, especialmente com o uso de IA, está apenas começando a desvendar os mistérios das profundezas.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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