Implante cerebral revolucionário restaura comunicação para paciente com ELA

Por Luciano Rodrigues
Implante cerebral revolucionário restaura comunicação para paciente com ELA - Imagem: Dall-E

Um avanço promissor no campo das interfaces cérebro-computador foi revelado esta semana, oferecendo novas esperanças para pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig.

De acordo com estudos publicados na quarta-feira (14) no New England Journal of Medicine, um homem com ELA, que havia perdido quase completamente a capacidade de falar, conseguiu se comunicar novamente através de um implante cerebral de texto para fala desenvolvido pela Blackrock Neurotech.

A pesquisa envolveu dois pacientes com ELA, uma condição fatal que causa a degeneração progressiva das células nervosas no cérebro e na medula espinhal.

O primeiro paciente, um homem de 45 anos, só conseguia ser compreendido por seu cuidador, com quem ele se comunicava a uma taxa de apenas sete palavras por minuto.

A comunicação foi significativamente aprimorada após a implantação de quatro conjuntos de microeletrodos no cérebro, totalizando 256 eletrodos intracorticais, muito mais do que em estudos anteriores.

Graças a esse dispositivo, o paciente passou a se comunicar com um vocabulário de 125m mil palavras no segundo dia de uso.

As palavras decodificadas foram exibidas em uma tela e, em seguida, vocalizadas por meio de um software de conversão de texto em fala que replicava sua voz antes do início da ELA.

A taxa de fala do paciente aumentou para 32 palavras por minuto, com uma taxa de erro de apenas 2,5%, um resultado impressionante comparado aos aplicativos de ditado para smartphones, que têm uma taxa de erro de aproximadamente 5%.

O paciente celebrou o progresso:

Eu amei falar com meus amigos e familiares novamente. Quando meus sintomas começaram, minha filha tinha apenas 2 meses de idade, e agora ela tem 5, e ela não se lembra de como eu soava antes que essa doença tirasse minha capacidade de falar normalmente, e ela era um pouco tímida no começo, mas agora está super orgulhosa de que seu pai é um robô.”

Paciente com ELA usou neuroprótese por seis anos

Já o segundo paciente, uma mulher de 58 anos, havia recebido uma neuroprótese mais primitiva sete anos antes, permitindo que ela se comunicasse por cliques durante seis anos.

No entanto, a progressão da ELA afetou a eficácia do dispositivo, destacando a necessidade de futuros desenvolvimentos na tecnologia para interagir com regiões do cérebro menos propensas à degeneração.

Esses resultados fornecem evidências convincentes do rápido progresso na aplicação prática das interfaces cérebro-computador, que podem transformar a vida de muitos pacientes paralisados.

As empresas que desenvolvem essa tecnologia, incluindo a Blackrock Neurotech, Medtronic, Synchron e a Neuralink de Elon Musk, continuam a trabalhar para comercializar essas soluções revolucionárias, que prometem restabelecer a comunicação para aqueles que mais precisam.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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