Ozempic, medicamento para diabete e emagrecimento, estimula pensamento suicida, aponta nova pesquisa

Por Cássio Gusson
Ozempic estimula pensamentos suicidas. Foto: Dall-e

Um recente estudo acendeu um alerta sobre o popular medicamento Ozempic, amplamente utilizado tanto para o tratamento de diabete quanto para emagrecimento. Segundo a pesquisa, há uma ligação preocupante entre o uso do medicamento e um risco desproporcionalmente alto de pensamentos suicidas.

Embora a relação causal entre o medicamento e esses pensamentos ainda não possa ser afirmada com certeza, os pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de investigações mais aprofundadas para esclarecer os potenciais riscos aos usuários.

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Ozempic, cujo nome genérico é semaglutida, é um agonista do receptor de GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon) que revolucionou o tratamento de diabetes tipo 2 e também ganhou notoriedade como auxiliar na perda de peso.

O medicamento funciona reduzindo os níveis de açúcar no sangue e suprimindo o apetite, tornando-o uma opção eficaz tanto para controle glicêmico quanto para emagrecimento. Entre 2015 e 2019, o uso de GLP-1 RAs, incluindo a semaglutida, entre diabéticos tipo 2 aumentou significativamente, de 3,2% para 10,7%, destacando a popularidade crescente desse tratamento.

Ozempic

O estudo, conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos, Itália e Suíça, analisou dados de um banco global de relatos de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS), abrangendo mais de 28 milhões de casos. Os pesquisadores identificaram 107 casos de reações adversas suicidas ou de automutilação associadas ao uso da semaglutida. A análise revelou uma desproporcionalidade significativa em casos de ideação suicida entre os usuários do Ozempic, especialmente quando comparados com outros medicamentos antidiabéticos.

Os pesquisadores também observaram que a desproporcionalidade permaneceu alta mesmo quando o medicamento era utilizado junto com antidepressivos ou benzodiazepínicos, sugerindo uma possível interação entre o uso da semaglutida e doenças mentais pré-existentes.

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No entanto, quando os casos em que antidepressivos estavam envolvidos foram excluídos, o sinal de risco desapareceu, mas permaneceu significativo com a exclusão de benzodiazepínicos, o que aponta para uma complexa relação entre o medicamento e condições psiquiátricas.

Embora o estudo não seja conclusivo em determinar se o Ozempic causa diretamente pensamentos suicidas, ele levanta preocupações que não podem ser ignoradas. O Dr. Trevor Steward, da Universidade de Melbourne, ressaltou a importância de precauções adicionais ao prescrever a semaglutida para pacientes com histórico de transtornos mentais. Ele também alertou sobre o uso crescente e preocupante do medicamento para fins não aprovados, como a perda de peso, sem a devida compreensão dos riscos envolvidos.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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