Pesquisa aponta que apenas 2 fatias de pão de forma têm álcool detectável no bafômetro

Por Cássio Gusson
Pesquisa aponta que pães de forma têm álcool detectável no bafômetro. Foto: Dall-e

Uma recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, conhecida como Proteste, revelou uma descoberta surpreendente: duas fatias de pão de forma podem ser suficientes para que alguém não passe no teste do bafômetro.

Este resultado chamou a atenção das autoridades e levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a abrir um processo para avaliar medidas sobre o assunto.

A análise da Proteste incluiu diversas marcas populares de pães de forma disponíveis nas prateleiras dos supermercados brasileiros. Entre as marcas testadas, três se destacaram por apresentarem níveis de álcool detectáveis: Visconti, Bauducco e Wickbold 5 Zeros.

Outras marcas analisadas foram Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys, Plusvita e Pullman. Apenas Plusvita e Pullman foram aprovadas em todos os testes de identificação de teor alcoólico.

Pão de forma têm álcool detectável no bafômetro

Se os pães fossem considerados bebidas alcoólicas, seis marcas estariam fora dos limites permitidos pela legislação brasileira, que estabelece um máximo de 0,5% de etanol. A marca Visconti apresentou o maior teor alcoólico, com 3,37%. Abaixo estão os níveis encontrados nas marcas testadas:

– Visconti: 3,37%
– Bauducco: 1,17%
– Wickbold Sem Glúten: 0,89%
– Wickbold Leve: 0,52%
– Panco: 0,51%

O processo de fabricação de pão envolve a formação de álcool etílico, que normalmente evapora durante a cozedura no forno. No entanto, a Proteste explica que os níveis elevados de álcool detectados na análise são devidos ao uso de conservantes diluídos em álcool para prevenir o mofo e garantir a integridade do produto.

“Embora a legislação brasileira permita o uso de algumas substâncias nos alimentos, é necessário revisar as normas para assegurar que o etanol residual não cause problemas aos consumidores”, afirmou Henrique Lian, diretor-executivo da Proteste.

Em resposta aos resultados da pesquisa, a Anvisa abriu um processo para investigar e avaliar medidas regulatórias. A Proteste enviou um ofício com os resultados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Anvisa, sugerindo a implementação de um percentual máximo de álcool nos alimentos e a fiscalização rigorosa dos conservantes utilizados.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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