Redes sociais estão tornando mais difícil encontrar um namorado ou namorada

Por Cássio Gusson
Redes sociais deixaram mais difícil achar parceiro. Foto: Dall-e

Um novo estudo revela que as redes sociais e as plataformas de namoro digital estão impactando significativamente as decisões dos jovens adultos na escolha de parceiros de vida, gerando confusão e potenciais mudanças nas dinâmicas de relacionamento e comportamentos evolutivos de acasalamento.

A pesquisa sociológica recente indica que a maioria dos jovens adultos entrevistados sente-se incerta sobre suas opções de namoro. A análise preliminar mostra que mais da metade desses jovens experimenta confusão ao escolher parceiros de vida, com as mulheres mais propensas do que os homens a relatar essa incerteza.

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A ubiquidade das redes sociais e dos aplicativos de namoro no cotidiano expõe os indivíduos a muitos mais potenciais parceiros do que nunca, mas a disponibilidade desses aplicativos e a facilidade de aprimoramento de fotos podem distorcer a realidade do pool de candidatos a namoro.

“Selecionar um parceiro é um processo psicológico complicado, que é efetivamente influenciado por múltiplos fatores sociais, incluindo aparência, personalidade e situação financeira”, diz Chayan Munshi, fundador e diretor executivo da Ethophilia Research Foundation em Santiniketan, Índia.

“Recentemente, isso tem sido significativamente influenciado pelas redes sociais, onde a constante exposição a conteúdos sexualmente estimulantes ou atraentes cria certas percepções de realidade na mente jovem, o que, em última análise, cria confusão na escolha de parceiros potenciais.”

Redes sociais

A Ethophilia Research Foundation é um grupo de pesquisa focado em biologia comportamental e saúde pública, que recentemente começou a investigar como a digitalização da sociedade está regulando o comportamento humano. “Este projeto começou com uma extensa observação dos padrões comportamentais humanos em relação à escolha de parceiros”, explica Munshi. “Este estudo observacional foi seguido por interações diretas com uma população jovem usando um questionário aberto.”

Os resultados preliminares deste projeto em andamento vêm de uma pesquisa com jovens adultos na Índia, com a maioria dos respondentes entre 18 e 30 anos. Uma análise mais detalhada dos resultados está em andamento, com uma pesquisa expandida em preparação para incluir linhas de investigação mais específicas.

O questionário incluiu perguntas relacionadas à seleção de parceiros românticos, como “Você se sente confuso ao escolher um parceiro de vida?”, “Quais são seus critérios para escolher um parceiro de vida?”, “Você ainda procura outros parceiros se já está em um relacionamento estável?” e “Você gosta de mudar para uma ‘opção melhor’ ao escolher um parceiro de vida?”.

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Esses resultados iniciais mostram que a percepção da disponibilidade de parceiros potenciais pode estar distorcendo a maneira como as pessoas julgam suas opções de parceiros de vida, mesmo enquanto estão em relacionamentos existentes. “Por exemplo, a impulsividade é exibida significativamente, e há uma diminuição nas interações sociais presenciais”, diz Munshi. “Isso expõe a confusão enquanto as pessoas procuram um parceiro e pode manifestar complexidades na manutenção de um relacionamento.”

Munshi espera que essa pesquisa em andamento ajude a construir uma melhor compreensão de como a seleção de parceiros está evoluindo nos seres humanos. “Nossa hipótese indica fortemente que o ‘índice de prazer’ ou ‘adrenalina’ dos relacionamentos está tomando mais importância na geração jovem do que a estabilidade a longo prazo”, afirma. “É alarmante que a impulsividade ou confusão possa levar à instabilidade no comportamento de manutenção de relações humanas, o que está afetando o comportamento social normal.”

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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