Câncer de pulmão: Anvisa aprova novo tratamento para doença

Por Cássio Gusson
Imagem: Dall-e

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira terapia-alvo para o tratamento de um tipo específico de câncer de pulmão diagnosticado em estágio inicial.

A molécula alectinibe, segundo demonstrou o estudo ALINA, reduz o risco de recorrência da doença ou morte em 76% dos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células ALK-positivo em fase inicial.

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O estudo, realizado em 27 países com 257 pacientes, avaliou a eficácia e segurança do alectinibe em comparação à quimioterapia baseada em platina. Após três anos de tratamento, 9 em cada 10 pacientes ficaram livres da doença.

O câncer de pulmão é a quarta neoplasia mais incidente no Brasil, além de ser a que apresenta a maior mortalidade, segundo dados do INCA. Cerca de 85% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão no país são do tipo não pequenas células; dentre estes, aproximadamente 5% possuem alteração do gene ALK.

Os pacientes com essa mutação costumam ser pessoas jovens, com menos de 55 anos, que nunca fumaram ou com histórico leve de tabagismo.

Imagem: Licença Creative Commons

Câncer de pulmão

“Aproximadamente metade dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de não pequenas células nos estágios iniciais apresentam recidiva, mesmo após a cirurgia e a quimioterapia”, explica a Dra. Clarissa Baldotto, atual Presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) e Diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados nos estágios mais avançados ou metastáticos, em que o tratamento é mais difícil e oneroso.

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Por isso, comunidade médica e as associações de pacientes têm colocado em pauta a necessidade de uma política de rastreamento para pessoas com alto risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão, que tem potencial de ampliar o diagnóstico precoce e reduzir em cerca de 20% a mortalidade pela doença, segundo estudos internacionais.

“Estudos apontam que a taxa de sobrevida em cinco anos dos pacientes com câncer de pulmão diagnosticados em estágios avançados é de apenas 6%, mas o diagnóstico precoce é capaz de aumentar essa taxa para quase 60%. Por isso, atrasar a progressão da doença ainda no cenário inicial é imprescindível para que essas pessoas consigam viver por mais tempo e com mais qualidade de vida”, afirma Michelle França, líder médica da Roche Farma Brasil.

Alectinibe é um medicamento oral já aprovado em mais de 100 países (incluindo o Brasil) como primeira ou segunda linha de tratamento do câncer de pulmão ALK-positivo em estágio avançado ou metastático. A nova indicação do alectinibe, agora para o cenário inicial, também foi aprovada na Europa e nos Estados Unidos.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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