Cerveja ou vinho? Nova pesquisa aponta o que prejudica mais a saúde

Por Cássio Gusson
Imagem: Dall-e

Uma nova pesquisa apresentada no The Liver Meeting, evento promovido pela Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado, trouxe luz sobre os efeitos do consumo da cerveja, vinho e de diferentes tipos de álcool na saúde.

O estudo analisou dados de mais de 1.900 adultos nos Estados Unidos, comparando os hábitos alimentares, níveis de atividade física e outros fatores comportamentais entre os consumidores de cerveja, vinho, bebidas alcoólicas e combinações dessas opções.

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Os resultados apontaram que os bebedores exclusivos de cerveja demonstram os piores indicadores em qualidade de dieta, atividade física e hábitos saudáveis. De acordo com o Índice de Alimentação Saudável, uma ferramenta que avalia a adesão a diretrizes alimentares, consumidores de cerveja alcançaram uma pontuação média de 49, muito abaixo da referência de 80, que representa uma alimentação adequada.

Bebedores de vinho marcaram 55, enquanto os que optam por bebidas alcoólicas ou combinações ficaram próximos de 53.

A pesquisa revelou que o perfil dos consumidores de cerveja inclui, em geral, homens mais jovens, fumantes e de baixa renda. Esses indivíduos relataram maior ingestão calórica diária e menor prática de exercícios físicos. A combinação entre consumo elevado de cerveja e alimentos pobres em fibras, mas ricos em carboidratos e carnes processadas, foi destacada como um dos fatores prejudiciais.

“Essas escolhas alimentares tendem a ocorrer em contextos que favorecem o consumo de alimentos menos saudáveis”, explicou Madeline Novack, autora do estudo e residente chefe em medicina interna na Tulane School of Medicine. Novack também apontou que alimentos salgados e fritos, frequentemente consumidos com cerveja, aumentam a sede e podem intensificar o consumo da bebida.

Cerveja ou vinho

Por outro lado, o vinho, especialmente o tinto, costuma estar associado a refeições completas, compostas por carnes magras, vegetais e laticínios. Embora os consumidores de vinho tenham uma alimentação ligeiramente melhor, sua pontuação no Índice de Alimentação Saudável também ficou aquém do ideal.

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Ainda assim, o contexto em que a bebida é consumida parece influenciar escolhas alimentares mais equilibradas.

Novack destacou que o excesso de álcool continua sendo a principal causa de cirrose nos Estados Unidos, e a crescente prevalência de doenças hepáticas ligadas à disfunção metabólica exige atenção.

“Mudanças no estilo de vida são essenciais para prevenir essas condições, começando pela compreensão da relação entre álcool e má nutrição”, afirmou.

A pesquisadora recomenda que médicos considerem o tipo de álcool consumido ao orientar pacientes sobre comportamentos saudáveis. Aumento no consumo de frutas e vegetais, redução de calorias e incentivo à atividade física são algumas das estratégias sugeridas para quem prefere cerveja.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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