No final de 2025, o biólogo Alysson Muotri, um dos principais pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, participará de uma missão espacial histórica. O objetivo envolve avanços no tratamento e na cura de doenças neurológicas como Alzheimer e autismo.
A bordo do foguete Falcon 9, da SpaceX, o grupo de cientistas investigará os efeitos da microgravidade em “mini cérebros” criados com células-tronco de pacientes.
Os organoides, estruturas tridimensionais que simulam funções cerebrais humanas, já foram enviados ao espaço em 2019. Durante a missão anterior, descobriu-se que esses modelos envelhecem em um ritmo acelerado no ambiente espacial — 30 dias em órbita equivaleram a 10 anos na Terra.
Com essa observação, uma oportunidade única de “viajar no tempo” foi identificada, possibilitando o estudo de diferentes estágios do desenvolvimento de doenças cerebrais em um intervalo curto.
A nova missão terá como diferencial a presença de cientistas para realização de testes em tempo real. O grupo pretende inserir manualmente fármacos ou bioativos derivados da floresta amazônica nos organoides.
Esses compostos, desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), serão avaliados como potenciais agentes de proteção contra o Alzheimer. Parte dos recursos gerados por futuros tratamentos será destinada às tribos indígenas e à preservação da Amazônia.
Cura para o Autismo e Alzheimer
A decisão de levar pesquisadores humanos foi motivada pela necessidade de manipulação detalhada dos organoides, algo impossível com o uso de máquinas. Segundo Alysson, os astronautas, apesar de experientes, não possuem a qualificação necessária para conduzir esse tipo de experimento.
O tempo de permanência no espaço será inferior a 30 dias, devido aos riscos à saúde dos participantes, como perda de massa muscular, enfraquecimento ósseo e diminuição cognitiva. Alysson ressaltou que a missão representa um avanço significativo no entendimento de doenças neurológicas.
Ele também expressou o desejo de tornar tratamentos futuros acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando com o governo brasileiro.
A jornada é considerada desafiadora, mas apresenta um potencial imensurável para a ciência e a medicina. Além de buscar soluções para condições cerebrais graves, a missão reforça a importância de parcerias internacionais e do uso de recursos naturais sustentáveis em pesquisas de ponta