Dormir com a luz acessa diminui a vida em 34%, aponta novo estudo

Por Cássio Gusson
Imagem: Dall-e

Dormir com a luz acesa pode ser mais prejudicial do que muitos imaginam. Um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences aponta que a exposição à luz intensa durante a noite aumenta o risco de mortalidade em até 34%.

Por outro lado, a exposição constante à luz do dia pode reduzir esse risco em até 34%. O estudo, que analisou mais de 13 milhões de horas de dados de sensores de luz usados por 89 mil participantes, revelou que a interrupção dos ritmos circadianos – o ciclo natural do corpo – eleva significativamente o risco de morte.

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O professor Sean Cain, especialista em sono da Flinders University, explica que “a exposição a noites mais brilhantes e dias mais escuros pode interromper nossos ritmos circadianos, levando a problemas de saúde como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e questões de saúde mental, portanto dormir com a luz acessa não faz bem”.

Segundo Cain, esse tipo de interrupção aumenta o risco de mortalidade, especialmente entre aqueles que mantêm padrões de sono irregulares ou são frequentemente expostos a ambientes com iluminação inadequada.

Impactos de dormir com a luz acessa

A exposição à luz durante a noite afeta o “marcapasso circadiano” do corpo, responsável por regular os ritmos biológicos. O professor Andrew Phillips, coautor do estudo, afirma que a exposição noturna reduz a intensidade do sinal circadiano, causando uma “supressão de amplitude” que prejudica o organismo.

“A interrupção dos ritmos circadianos está ligada ao desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, como infarto, derrame e hipertensão”, explica Phillips. Essas condições podem se agravar com a exposição à luz noturna, intensificando os riscos para a saúde.

O estudo também destaca como a luz noturna contribui para o desenvolvimento de doenças metabólicas, como a síndrome metabólica, que envolve obesidade, diabetes e pressão alta. Esses problemas metabólicos se associam a doenças cardiovasculares e aumentam o risco de mortalidade.

Para o autor principal do estudo, Dr. Daniel Windred, é essencial manter o ambiente escuro durante as horas noturnas e buscar exposição à luz natural durante o dia.

“A proteção do ambiente de iluminação é especialmente importante para pessoas em ambientes como unidades de terapia intensiva ou lares de idosos, onde a interrupção circadiana é mais prevalente”, diz Windred.

Ele recomenda que, além de evitar a luz noturna, as pessoas devem se expor à luz do dia para otimizar sua saúde e longevidade.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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