Uma pesquisa mostrou que a saúde financeira tem um impacto grande na saúde mental dos brasileiros, e isso tem se tornado cada vez mais evidente em meio às pressões econômicas atuais. A falta de dinheiro, gera um estado de ansiedade contínuo, afetando tanto o bem-estar individual como o familiar.
O Estudo da Felicidade Financeira, realizado pela SuperRico, plataforma de saúde financeira, aponta que cerca de 30% dos brasileiros se sentem preocupados e estressados por causa de dinheiro, refletindo diretamente na sua saúde mental e na qualidade de vida.
A preocupação constante com as contas a pagar, incertezas sobre o futuro financeiro e a dificuldade em lidar com emergências criam um cenário de estresse crônico. Este estresse pode se manifestar em formas mais graves como depressão, insônia, conflitos familiares e uma sensação generalizada de desamparo.
“A falta de estabilidade financeira mina a confiança e a autoestima das pessoas, levando a uma espiral de problemas emocionais”, afirma Carlos Castro, planejador financeiro e CEO da SuperRico. De acordo com o estudo, 39% dos endividados relatam que a situação financeira impacta negativamente na autoestima.
O estresse financeiro envolve preocupações intensas com a situação econômica, resultando em sintomas como ansiedade, irritabilidade, dificuldades para dormir e até problemas físicos, como dores de cabeça e pressão arterial elevada. De acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das pessoas com altos níveis de estresse financeiro relatam impactos negativos na sua saúde física e mental.
No Estudo da Felicidade Financeira, 19% dos entrevistados mencionaram que as preocupações financeiras são a principal causa de brigas e tensão no ambiente familiar.
“O estresse financeiro afeta a harmonia dentro de casa, levando a conflitos familiares e prejudicando relações. Sem uma gestão adequada das finanças, as pessoas ficam mais suscetíveis a enfrentar problemas emocionais e físicos, que impactam diretamente o bem-estar de todos ao seu redor”, afirma Castro.
Pesquisa revela detalhes sobre o endividamento e o seu papel no agravamento da saúde mental
O nível de endividamento dos brasileiros atingiu patamares elevados no pós-pandemia. Em julho de 2024, cerca de 78,5% das famílias brasileiras estavam endividadas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse número representa uma leve queda em relação aos meses anteriores, mas ainda reflete um quadro preocupante de comprometimento da renda familiar.
A principal modalidade de endividamento é o cartão de crédito, usado por cerca de 86% dos consumidores endividados, seguido por outras formas como carnês, crédito pessoal, e financiamentos. A inadimplência, ou seja, o percentual de famílias com dívidas em atraso, ficou em 28,8% no mesmo período.
Além disso, o aumento dos juros durante e após a pandemia, junto com a inflação, contribuiu significativamente para esse cenário de endividamento elevado, dificultando ainda mais o pagamento das dívidas pelas famílias brasileiras.
“Com quase 80% das famílias brasileiras endividadas, segundo a pesquisa, muitos acabam se sentindo incapazes de sair dessa situação, o que intensifica o sofrimento emocional. Esses problemas de saúde mental, se não tratados, podem agravar a inadimplência e afetar a produtividade no trabalho, criando um ciclo vicioso.”, afirma Carlos.
O endividamento gera um ciclo de angústia, onde a incapacidade de resolver questões financeiras afeta negativamente o bem-estar psicológico.