- Ibuprofeno pode reduzir demência? Novo estudo indica benefícios promissores.
- Uso prolongado de anti-inflamatórios pode ajudar na prevenção da demência.
- Cientistas alertam: mais pesquisas são necessárias para confirmar os efeitos.
Um novo estudo de grande escala revelou que o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides (NSAIDs), como o ibuprofeno, pode reduzir o risco de demência em 12%. Os pesquisadores acompanharam 11.745 adultos por 14,5 anos e descobriram que aqueles que tomaram esses medicamentos por longos períodos apresentaram menor propensão a desenvolver a doença.
De acordo com o estudo, publicado no Journal of the American Geriatrics Society, o tempo de uso é mais importante do que a dose ingerida. Os pesquisadores observaram que doses altas não ampliaram os benefícios, enquanto o uso esporádico não apresentou impacto significativo.
O ibuprofeno é amplamente utilizado para aliviar dor, febre e inflamação, sendo comumente recomendado para condições como artrite, dores musculares e dores de cabeça. Outros medicamentos do mesmo grupo, como naproxeno, aspirina e celecoxib, também fazem parte da pesquisa.

Inflamação e Demência: A Ligação Crucial
Estudos anteriores sugerem que a inflamação desempenha um papel chave no desenvolvimento da demência. Como os NSAIDs reduzem a inflamação, cientistas investigam há anos se eles também poderiam prevenir o declínio cognitivo.
O autor do estudo, M. Arfan Ikram, do Erasmus MC University Medical Center Rotterdam, enfatizou a importância da pesquisa, afirmando que mais estudos são necessários para confirmar os resultados e desenvolver estratégias preventivas.
Apesar dos resultados promissores, especialistas alertam para os efeitos colaterais do uso prolongado de anti-inflamatórios, que podem incluir úlceras estomacais, danos renais e problemas cardiovasculares. Portanto, o consumo desses medicamentos deve sempre ocorrer sob orientação médica.
A descoberta pode representar um passo importante na prevenção da demência, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, a ciência ainda precisa aprofundar os estudos para determinar se os NSAIDs podem ser incorporados de forma segura a programas de prevenção da demência.
Enquanto isso, especialistas recomendam que as pessoas invistam em hábitos saudáveis, como dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e estímulo mental, que também são fundamentais na redução do risco de doenças neurodegenerativas.