Tudo mentira: Nova pesquisa revela que CBD da maconha não alivia a dor

Por Cássio Gusson
Maconha não alivia dor, revela nova pesquisa. Foto: Dall-e

Uma nova pesquisa, liderada pela Universidade de Bath, no Reino Unido, desafia a crença popular de que o CBD, substância derivada da cannabis, seja eficaz no alívio da dor crônica.

O estudo, que inclui a participação de pesquisadores das Universidades de Oxford e Alberta, no Canadá, revela que os produtos de CBD, amplamente comercializados como uma solução milagrosa para a dor, podem ser, na verdade, um desperdício de dinheiro e até representar riscos significativos à saúde.

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O CBD, ou canabidiol, tem ganhado popularidade nos últimos anos, sendo encontrado em diversos produtos como óleos, cremes, comestíveis e até bebidas. Comercializado tanto online quanto em lojas físicas, o CBD é promovido como uma alternativa natural para o tratamento da dor crônica, mas as evidências científicas que sustentam essas alegações são escassas, conforme destaca a nova pesquisa publicada no *The Journal of Pain*.

De acordo com o professor Chris Eccleston, líder do estudo, “O CBD apresenta aos consumidores um grande problema. Ele é alardeado como uma cura para toda dor, mas há uma completa falta de evidências de qualidade de que ele tenha quaisquer efeitos positivos.”

A pesquisa analisou 16 ensaios clínicos randomizados que investigaram a relação entre dor e CBD de grau farmacêutico, dos quais 15 não mostraram qualquer benefício em comparação com placebos.

Maconha não seria eficaz para aliviar a dor

Além da falta de eficácia, a pesquisa alerta para os riscos associados ao consumo de produtos de CBD disponíveis no mercado. Muitos desses produtos contêm quantidades variáveis de CBD, algumas vezes muito abaixo do anunciado, e podem incluir outros compostos químicos, como o THC, que é o principal componente psicoativo da cannabis e que pode ser ilegal em certas jurisdições. Isso coloca os consumidores em risco de exposição a substâncias potencialmente perigosas e ilegais, sem qualquer garantia de alívio da dor.

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Outro ponto crucial destacado pela pesquisa é o impacto econômico do consumo de CBD. Produtos de CBD não regulamentados e de baixa qualidade podem se tornar um fardo financeiro para quem busca alívio para a dor crônica. Estima-se que o mercado global de produtos de CBD tenha alcançado US$ 3 bilhões em 2021 e possa chegar a US$ 60 bilhões até 2030.

Essa expansão rápida e desregulada do mercado preocupa especialistas, que veem uma crescente vulnerabilidade dos consumidores às promessas infundadas sobre os benefícios do CBD.

O Dr. Andrew Moore, coautor do estudo, enfatiza a necessidade de maior seriedade na abordagem da dor crônica, instando os reguladores a intervirem mais ativamente. “A dor crônica pode ser terrível, então as pessoas são muito motivadas a encontrar alívio para a dor por qualquer meio. Isso as torna vulneráveis às promessas absurdas feitas sobre o CBD”, alerta Moore.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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