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- Milei promove criptomoeda, mas colapso levanta suspeitas de fraude.
- Carteiras retiram R$ 609 milhões antes do colapso da $LIBRA.
- Governo argentino investiga possível golpe ligado ao presidente.
Na noite de sábado (15), o governo argentino anunciou uma investigação urgente sobre o lançamento da criptomoeda $LIBRA, promovida pelo próprio presidente Javier Milei na sexta-feira (14).
O ativo digital foi anunciado por Milei como um meio de financiamento para pequenas e médias empresas. Em um post (agora deletado), Milei disse:
A Argentina liberal está crescendo! Este projeto privado será dedicado a incentivar o crescimento da economia argentina por meio do financiamento de pequenas empresas e startups argentinas. O mundo quer investir na Argentina.
Logo após a divulgação, teve uma rápida ascensão, mas seguida de um colapso, causando prejuízo milionário em investidores.
Saque milionário da criptomoeda levanta suspeitas de fraude
A movimentação financeira da $LIBRA logo chamou a atenção de especialistas em blockchain.
Segundo a plataforma Lookonchain, oito carteiras ligadas à equipe da criptomoeda retiraram cerca de R$ 609,43 milhões (US$ 107 milhões) do projeto.
As transações foram feitas por meio da rede Solana e envolveram USDC, uma stablecoin atrelada ao dólar. O comportamento sugere que investidores originais da criptomoeda lucraram antes do colapso, deixando os demais compradores no prejuízo.
Diante da repercussão, Milei apagou a postagem de seu perfil no X (antigo Twitter), o que gerou ainda mais desconfiança.
Críticos do governo e especialistas apontam que a ação pode indicar um esquema fraudulento, semelhante a um pump and dump, tática comum no mercado cripto onde ativos são inflados artificialmente antes de um grande despejo.
O governo se manifestou rapidamente. A assessoria de Milei afirmou ao jornal argentino Clarín que o presidente não tem envolvimento direto com a criação da criptomoeda e que seu post tinha o objetivo de alertar a população sobre possíveis golpes. No entanto, com a intensificação das críticas, a presidência decidiu encaminhar o caso ao Escritório Anticorrupção (OA) para investigar se houve conduta inadequada, incluindo a participação do próprio Milei.
A investigação ainda está em estágio inicial, mas especialistas já apontam que a situação pode afetar a credibilidade do governo argentino e a confiança do mercado em ativos digitais promovidos por figuras públicas.