Após promover criptomoeda que colapsou, Javier Milei será investigado

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

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  • Milei promove criptomoeda, mas colapso levanta suspeitas de fraude.
  • Carteiras retiram R$ 609 milhões antes do colapso da $LIBRA.
  • Governo argentino investiga possível golpe ligado ao presidente.

Na noite de sábado (15), o governo argentino anunciou uma investigação urgente sobre o lançamento da criptomoeda $LIBRA, promovida pelo próprio presidente Javier Milei na sexta-feira (14).

O ativo digital foi anunciado por Milei como um meio de financiamento para pequenas e médias empresas. Em um post (agora deletado), Milei disse:

A Argentina liberal está crescendo! Este projeto privado será dedicado a incentivar o crescimento da economia argentina por meio do financiamento de pequenas empresas e startups argentinas. O mundo quer investir na Argentina.

Logo após a divulgação, teve uma rápida ascensão, mas seguida de um colapso, causando prejuízo milionário em investidores.

Saque milionário da criptomoeda levanta suspeitas de fraude

A movimentação financeira da $LIBRA logo chamou a atenção de especialistas em blockchain.

Segundo a plataforma Lookonchain, oito carteiras ligadas à equipe da criptomoeda retiraram cerca de R$ 609,43 milhões (US$ 107 milhões) do projeto.

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As transações foram feitas por meio da rede Solana e envolveram USDC, uma stablecoin atrelada ao dólar. O comportamento sugere que investidores originais da criptomoeda lucraram antes do colapso, deixando os demais compradores no prejuízo.

Diante da repercussão, Milei apagou a postagem de seu perfil no X (antigo Twitter), o que gerou ainda mais desconfiança.

Críticos do governo e especialistas apontam que a ação pode indicar um esquema fraudulento, semelhante a um pump and dump, tática comum no mercado cripto onde ativos são inflados artificialmente antes de um grande despejo.

O governo se manifestou rapidamente. A assessoria de Milei afirmou ao jornal argentino Clarín que o presidente não tem envolvimento direto com a criação da criptomoeda e que seu post tinha o objetivo de alertar a população sobre possíveis golpes. No entanto, com a intensificação das críticas, a presidência decidiu encaminhar o caso ao Escritório Anticorrupção (OA) para investigar se houve conduta inadequada, incluindo a participação do próprio Milei.

A investigação ainda está em estágio inicial, mas especialistas já apontam que a situação pode afetar a credibilidade do governo argentino e a confiança do mercado em ativos digitais promovidos por figuras públicas.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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