O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, destacou recentemente a centralização como um risco grave ao design atual do Ethereum do proof-of-stake (POS). A concentração de poder nas mãos de poucos grandes validadores e construtores pode comprometer a integridade da rede, além de aumentar o risco de censura e ataques.
Buterin alertou para o perigo de os grandes stakers dominarem o processo, deixando os pequenos stakers reféns de grandes pools. A centralização do Ethereum do POS favorece a concentração de poder em poucos atores, o que coloca em risco a segurança da rede.
Riscos da centralização no Ethereum do POS
A centralização do Ethereum do POS, segundo Buterin, cria vulnerabilidades como ataques de 51%, em que um grupo majoritário pode controlar a rede. Além disso, há o risco de censura de transações, especialmente quando construtores têm o poder de decidir quais transações serão incluídas em blocos. Dados recentes de outubro de 2024 mostram que apenas dois construtores são responsáveis por 88% dos blocos validados no Ethereum, o que pode causar atrasos significativos, principalmente em transações urgentes, como as realizadas durante liquidações de finanças descentralizadas (DeFi).
Outro risco importante é o de extração de valor, onde construtores poderosos se beneficiam em detrimento dos usuários da rede. Manipulações de mercado, como atrasos intencionais em transações urgentes, podem impactar negativamente o ecossistema do Ethereum.
Soluções propostas por Buterin
Para mitigar a centralização no Ethereum do POS, Buterin sugeriu várias soluções. Uma delas é devolver aos stakers a responsabilidade de escolher as transações a serem incluídas nos blocos. Dessa forma, o construtor do bloco teria menos poder de manipulação, ficando responsável apenas pela ordem das transações e pela inclusão de algumas próprias. O uso de listas de inclusão obrigaria os construtores a incluir todas as transações válidas selecionadas pelos stakers, limitando assim o potencial de censura.
Outra solução inovadora proposta por Buterin é o esquema de múltiplos proponentes concorrentes (MCP), como o BRAID. Essa abordagem distribui a responsabilidade da construção de blocos entre diversos atores, reduzindo o impacto da centralização. Segundo Buterin, o BRAID permite que cada proponente de bloco atue com uma quantidade média de sofisticação, o que ajuda a manter a rede mais descentralizada e segura.
Essas propostas fazem parte de um esforço contínuo para fortalecer o Ethereum do POS e garantir que a rede continue a ser um ambiente confiável e acessível para todos os usuários, sem os riscos que acompanham a centralização excessiva.