EUA liberam voos supersônicos de passageiros e rota São Paulo–Nova York pode durar só 5 horas

Imagem: Divulgação
  • EUA revogam proibição e preparam o retorno dos voos supersônicos.
  • Viagem entre São Paulo e Nova York poderá durar apenas 5 horas.
  • Empresas como NASA e Boom Supersonic lideram nova corrida pelo céu.

Após mais de 50 anos de proibição, os Estados Unidos voltam a apostar em aviões supersônicos. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva, no dia 6 de junho, liberando os voos comerciais em altíssimas velocidades sobre território americano. A decisão promete revolucionar o transporte aéreo e reabrir as portas para um novo capítulo da aviação.

Com essa medida, a viagem entre São Paulo e Nova York poderá ser feita em até 5 horas. Hoje, esse trajeto dura em média 10 horas. A mudança representa uma quebra de paradigma: é o primeiro passo concreto para que aeronaves comerciais voltem a romper a barreira do som de forma segura, silenciosa e eficiente.

A proibição foi imposta em 1973, quando o barulho dos jatos supersônicos causava incômodo generalizado. O estrondo sônico, que podia chegar a 110 decibéis, comparável ao de uma buzina de carro, impedia seu uso sobre áreas habitadas. Desde então, nenhum avião comercial pôde voar acima de Mach 1 (1.234 km/h) em solo americano.

A nova ordem executiva reconhece os avanços tecnológicos e afirma que os EUA devem retomar a liderança no setor. “Vamos restabelecer os Estados Unidos como líder indiscutível na aviação de alta velocidade”, diz o documento. A iniciativa também libera o caminho para testes e certificações que antes eram barrados por regulamentações ultrapassadas.

Voos supersônicos de passageiros

Imagem: Bernd Dittrich / Unsplash

Mais de 20 anos depois do último voo do Concorde, o mundo volta a sonhar com o tempo economizado no ar. A mítica aeronave britânica voava de Londres a Nova York em menos de 3 horas. Hoje, novas empresas buscam não apenas repetir esse feito, mas melhorá-lo com aviões mais rápidos e silenciosos.

Entre os projetos mais promissores está o X-59, da NASA com a Lockheed Martin, que deve estrear em breve. Já a Boom Supersonic testou um avião que ultrapassou a barreira do som sem estrondo. A Hermeus, por sua vez, concluiu o primeiro voo de seu protótipo. E a ousada Venus Aerospace promete voos de até Mach 9 (mais de 11.000 km/h) até 2030.

Além disso, essas empresas estão desenvolvendo soluções criativas para reduzir o impacto sonoro, suportar altíssimas temperaturas e operar com segurança em grandes altitudes. O objetivo é claro: voar mais longe, mais rápido e com muito mais conforto.

Desse modo, com a liberação, os EUA pretendem impulsionar a indústria e atender à demanda global por deslocamentos mais rápidos. No entanto, ainda será necessário vencer desafios técnicos e regulatórios antes de colocar esses jatos nos aeroportos comerciais.

Assim, a retomada do voo supersônico é mais do que uma questão de velocidade. É uma corrida tecnológica, econômica e simbólica, capaz de transformar o modo como o mundo se conecta.

Compartilhe:
Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
Sair da versão mobile