Um tribunal federal de Washington condenou o hacker Ilya “Dutch” Lichtenstein a cinco anos de prisão, na última quinta-feira (14), por conspirar para lavar bilhões em Bitcoin roubado.
Lichtenstein admitiu ter hackeado a exchange de criptomoedas Bitfinex em 2016, onde obteve quase 120.000 tokens de Bitcoin.
O roubo, inicialmente avaliado em US$ 71 milhões, atingiu um valor aproximado de R$ 26 bilhões (US$ 4,5 bilhões) no momento da prisão do hacker e da esposa Heather Morgan, em 2022.
Hoje, com a valorização da criptomoeda, os fundos equivaleriam a quase R$ 58 bilhões (US$ 10 bilhões).
Em 2022, o Departamento de Justiça ter recuperado quase todo o Bitcoin roubado.
Lichtenstein, ao lado da esposa, conhecida online como a artista de rap “Razzlekhan”, usou métodos complexos para ocultar o paradeiro dos fundos roubados. Ambos confessaram culpa em agosto do ano passado, após a acusação de conspiração para lavagem de dinheiro.
Técnicas sofisticadas e a rede de ocultação do Bitcoin
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o casal adotou diversas estratégias para esconder o Bitcoin roubado.
Lichtenstein e Morgan utilizaram identidades fictícias, converteram o Bitcoin em outras criptomoedas, adquiriram ouro e movimentaram os valores em mercados da darknet e bolsas de criptomoedas. A investigação revelou que os dois fragmentaram as transações para dificultar o rastreamento, empregando táticas que confundiram autoridades por anos.
Apesar da gravidade do crime, Lichtenstein recebeu uma pena significativamente menor do que a máxima de 20 anos prevista para o crime de conspiração de lavagem de dinheiro.
O tribunal deve sentenciar Heather Morgan no dia 18 de novembro, e a expectativa é que ela cumpra 18 meses de prisão por sua participação no esquema.
O roubo da Bitfinex é considerado um dos maiores já registrados no universo das criptomoedas, destacando os desafios das autoridades em rastrear fundos digitais em redes descentralizadas.
O caso de Lichtenstein e Morgan ganhou atenção global não apenas pelo valor dos fundos roubados, mas também pelo perfil incomum de Morgan, que cultivava uma presença artística online enquanto ocultava sua conexão com o crime bilionário.