A Neuralink, empresa de neurotecnologia cofundada por Elon Musk, se prepara para realizar seu segundo implante cerebral experimental em um ser humano.
A cirurgia está programada para ocorrer na próxima semana, conforme anunciado por Musk em uma atualização de vídeo transmitida ao vivo no X (antigo Twitter).
Este avanço marca um passo significativo na busca da Neuralink em desenvolver interfaces cérebro-computador (BCIs) que utilizam sinais cerebrais para controlar dispositivos externos.
O primeiro participante do estudo da Neuralink, Noland Arbaugh, recebeu o implante em janeiro deste ano. Paralisado dos ombros para baixo devido a um acidente de natação em 2016, Arbaugh conseguiu usar um cursor apenas com seus pensamentos, permitindo-lhe jogar videogames, enviar e-mails e navegar na Internet.
No entanto, algumas semanas após a cirurgia, o implante começou a apresentar problemas, com alguns fios se retraindo do cérebro, resultando na perda de controle do cursor.
Em resposta, a Neuralink fez ajustes no algoritmo de gravação neural para ser mais sensível e melhorou a tradução dos sinais neurais em movimentos do cursor.
Embora apenas 15% dos fios do implante de Arbaugh ainda estejam funcionando, ele conseguiu recuperar parte da sua independência ao voltar a usar o computador com seu cérebro.
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Evolução da Neuralink com implantes cerebrais
A Neuralink está tomando medidas adicionais para evitar os problemas encontrados com Arbaugh.
Segundo Matthew MacDougall, chefe de neurocirurgia da Neuralink, a empresa vai eliminar a bolsa de ar que ficou presa no crânio de Arbaugh após a cirurgia, inserir os fios mais profundamente no tecido cerebral e esculpir a superfície do crânio para minimizar a lacuna sob o implante.
“Queremos garantir que faremos o máximo de progresso possível entre cada paciente da Neuralink”, disse Musk.
Ele também destacou que a empresa está desenvolvendo um implante de última geração com 128 fios, cada um com oito eletrodos por fio, potencialmente dobrando a largura de banda se o posicionamento dos fios for preciso.
Além de ajudar pessoas paralisadas a operar computadores usando apenas seus pensamentos, a Neuralink também está trabalhando em um segundo produto chamado Blindsight, que visa fornecer visão artificial a pessoas cegas.
Musk explicou que o objetivo de longo prazo da tecnologia BCI é mitigar o risco civilizacional da inteligência artificial, promovendo uma simbiose mais próxima entre a inteligência humana e a digital.
Por enquanto, a empresa está focada em estudos de viabilidade para avaliar a segurança e a funcionalidade de seus dispositivos em pessoas com paralisia. A Neuralink planeja inscrever três participantes em seu estudo atual e Musk espera implantar o dispositivo em um número significativo de participantes até o final deste ano.
Esses avanços prometem não apenas melhorar a qualidade de vida de indivíduos com deficiências, mas também abrir caminho para futuras aplicações da tecnologia BCI, potencialmente revolucionando a interação entre humanos e máquinas.