Uma descoberta impressionante revelou ossos de escorpião marinho do tamanho de um humano na Austrália, um dos achados mais intrigantes da paleontologia recente. A nova pesquisa, conduzida pelo paleobiólogo Russell Bicknell do Museu Americano de História Natural e sua equipe, foi publicada este mês na renomada revista científica Gondwana Research.
O fóssil, datado de mais de 400 milhões de anos, pertence a um escorpião marinho gigante da era Paleozoica, conhecido como euriptérido, um dos maiores artrópodes que já habitaram os mares da Terra.
Com mais de 2,7 metros de comprimento, os escorpiões marinhos se destacam por seu tamanho colossal, bem maior que os escorpiões modernos. Esses predadores pré-históricos tinham exoesqueletos robustos, garras poderosas e um conjunto de pernas fortes adaptadas para a natação, dominando os mares rasos e deltas que cercavam os continentes durante o período Paleozoico.
Anteriormente, a maioria dos fósseis de escorpiões marinhos havia sido encontrada em regiões da América do Norte e Europa, com algumas descobertas recentes na China. Contudo, a nova análise dos fragmentos fósseis na Austrália, incluindo parte da cabeça de um desses gigantes, trouxe uma nova visão sobre a presença desses animais no antigo supercontinente Gondwana, que incluía a atual Austrália.
Escorpião gigante
Russell Bicknell acredita que esses escorpiões marinhos funcionavam de forma semelhante aos tubarões modernos, cruzando vastos oceanos e migrando por distâncias enormes. Essa teoria sugere que esses artrópodes gigantes poderiam ter se deslocado de Euramérica para Gondwana, uma travessia que, na época, representava uma jornada de milhares de quilômetros. A presença desses fósseis na Austrália reforça a hipótese de que o gigantismo desses escorpiões facilitava sua migração.
Apesar de sua supremacia nos mares da era Paleozoica, os escorpiões marinhos se extinguiram abruptamente no final do período Devoniano, cerca de 393 milhões de anos atrás. A causa exata de sua extinção ainda é um mistério, mas os pesquisadores esperam que futuros estudos possam desvendar como esses gigantescos predadores marinhos desapareceram de forma tão repentina.
A descoberta dos fósseis na Austrália pode abrir caminho para novas pesquisas sobre a evolução dos escorpiões marinhos e seu comportamento migratório, além de contribuir para a solução de enigmas sobre a extinção dessas criaturas que outrora dominaram os oceanos.