Prisões americanas têm tablets liberados para prisioneiros, desde que eles possam pagar por isso

Por Luciano Rodrigues
Prisões americanas têm tablets liberados para prisioneiros, desde que eles possam pagar por isso - Imagem: Dall-E

Presos em diversas prisões dos Estados Unidos agora têm a opção de “alugar” tablets para realizar chamadas, enviar mensagens e até assistir a filmes diretamente de suas celas.

Essa inovação, embora ofereça novas formas de comunicação e entretenimento para os encarcerados, está gerando uma série de discussões sobre o impacto financeiro para os presos e suas famílias.

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A introdução dos tablets surgiu como uma alternativa lucrativa para as prisões, especialmente após a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA decidir, em julho, reduzir drasticamente as taxas que empresas telefônicas podem cobrar por ligações feitas nas cadeias.

Antes da mudança, uma chamada de 15 minutos poderia custar mais de US$ 11; agora, o preço máximo permitido é de apenas 90 centavos.

Com essa redução significativa nas receitas provenientes de chamadas telefônicas, as prisões começaram a buscar novas maneiras de gerar receita, e os tablets se tornaram uma solução viável.

Os provedores dos tablets argumentam que esses dispositivos oferecem uma maneira de enriquecer a vida dos presos, proporcionando-lhes mais acesso a serviços que melhoram seu bem-estar e, potencialmente, o ambiente nas instalações.

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O acesso a filmes, por exemplo, pode ser um alívio para a monotonia da vida na prisão, enquanto as chamadas de vídeo permitem uma conexão mais próxima com familiares.

No entanto, os custos desses serviços são um ponto de controvérsia.

Nova fonte de receita para prisões ou exploração financeira?

Em alguns locais, além de pagar pelo aluguel do tablet, os presos podem enfrentar taxas de até US$ 15 por uma chamada de vídeo de 15 a 20 minutos. Para assistir a um filme, o custo pode chegar a US$ 25.

Para muitos presos e suas famílias, esses valores representam uma carga financeira pesada, exacerbando a já delicada situação econômica em que se encontram.

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Parte das receitas geradas por esses serviços é direcionada para cobrir custos operacionais que os limites de taxas da FCC não contemplam, como a vigilância das chamadas e o financiamento de programas de reabilitação para os presos.

Em Connecticut, por exemplo, os tablets geraram aproximadamente US$ 1,1 milhão em 2022.

No entanto, o estado também renunciou a US$ 6,5 milhões ao decidir tornar as ligações telefônicas gratuitas há dois anos, mostrando o equilíbrio complicado entre fornecer serviços e não explorar financeiramente os encarcerados.

 

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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