Ratos gigantes são treinados para salvar vidas de humanos em desastres naturais

Por Cássio Gusson
Ratos gigantes são treinados para salvar vidas de humanos em desastres naturais. Foto: Dall-e

Quando prédios desmoronam devido a desastres naturais como terremotos e furacões, encontrar sobreviventes rapidamente é crucial. Para auxiliar nessa tarefa, a Apopo, uma organização belga sem fins lucrativos, está treinando ratos equipados com mochilas tecnológicas.

Essas mochilas incluem câmeras de vídeo, microfones bidirecionais e transmissores de localização, permitindo que os socorristas se comuniquem com as vítimas através dos ratos. “Os ratos são curiosos e gostam de explorar – isso é fundamental para busca e resgate”, explica Donna Kean, líder do projeto.

Os ratos estão sendo treinados para operar em zonas de desastre simuladas, localizando sobreviventes, ativando um interruptor em seus coletes que emite um bipe e retornando à base para serem recompensados com petiscos. Kean e sua equipe colaboram com a Universidade de Tecnologia de Eindhoven no desenvolvimento das mochilas tecnológicas.

A Apopo já treina animais para detectar minas terrestres e tuberculose. O projeto de busca e resgate, lançado oficialmente em abril de 2021, avança rapidamente graças à parceria com a organização voluntária de busca e resgate GEA.

A mochila atualmente contém uma câmera de vídeo, mas a APOPO espera incluir também um rastreador de localização e microfone bidirecional. Foto: Divulgação

Ratos para salvar vidas

Sander Verdiesen, engenheiro elétrico, desenvolveu o protótipo da mochila, que inclui um recipiente de plástico impresso em 3D com uma câmera de vídeo. Ele continua refinando o design para reduzir tamanho e peso.

Na Tanzânia, os ratos são treinados em ambientes cada vez mais complexos para imitar condições reais de desastres. “Eles precisam ser confiantes em qualquer ambiente, sob quaisquer condições, e isso é algo em que esses ratos são naturalmente bons”, observa Kean.

Kean estima que levará de nove a 12 meses para treinar cada rato completamente. A próxima etapa envolve treinar os ratos em ambientes mais realistas na Turquia, onde a GEA está sediada. Se tudo correr conforme o planejado, esses ratos poderão ser enviados para operações de resgate em desastres reais.

“Mesmo que nossos ratos encontrem apenas um sobrevivente, isso fará uma grande diferença”, conclui Kean.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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