- Varredura 3D do Titanic usou mais de 700 mil imagens do navio.
- Simulação indica perfurações do tamanho de uma folha A4.
- Caldeiras ativas explicam luzes acesas até o fim.
Mais de 110 anos após o trágico naufrágio do Titanic, uma digitalização 3D em tamanho real está revelando detalhes inéditos sobre o desastre que matou 1.500 pessoas. A réplica virtual, construída a partir de mais de 700 mil imagens captadas por robôs subaquáticos, mostra com clareza como o navio se partiu em dois e o que aconteceu nas últimas horas da embarcação.
A análise foi feita para o documentário Titanic: The Digital Resurrection, da National Geographic em parceria com a Atlantic Productions e as informações são da BBC. A princípio, um dos achados mais relevantes está na sala de caldeiras da proa. Ela que confirma relatos de testemunhas sobre os engenheiros que mantiveram as luzes acesas até o fim. As caldeiras aparecem côncavas, indicando operação até o momento do impacto com a água, e uma válvula descoberta na popa ainda estava aberta, liberando vapor.
Eles mantiveram o caos sob controle o máximo de tempo possível. Tudo isso foi simbolizado por esta válvula de vapor aberta ali na popa. – Parks Stephenson, analista do Titanic.
Simulação computacional detalha impacto do iceberg no Titanic
Além da varredura visual, cientistas do University College London usaram modelagem computacional avançada para simular o impacto do navio com o iceberg. De acordo com a simulação, pequenos furos do tamanho de folhas A4 se espalharam por seis compartimentos estanques, ultrapassando o limite de segurança do navio.
Segundo Simon Benson, da Universidade de Newcastle, a diferença entre o naufrágio e o não naufrágio do Titanic se deve às finas margens de furos do tamanho de um pedaço de papel. Assim, o casco perfurado lentamente permitiu a entrada de água até que os compartimentos fossem preenchidos.
Além disso, a varredura ainda revelou a impressionante preservação da proa, que permanece ereta no fundo do mar. Por outro lado, a popa está completamente retorcida pela força do impacto com o solo oceânico. Objetos pessoais continuam espalhados pelos destroços, preservando o drama humano da tragédia. Lembrando que a embarcação está em uma região de difícil acesso.
Levará anos para analisar todos os detalhes da digitalização, mas os primeiros achados já oferecem novas pistas sobre uma das maiores tragédias marítimas da história. Parks Stephenson resume:
Ela só nos conta suas histórias aos poucos. Toda vez ela nos deixa querendo mais.
O documentário estreia nesta quinta-feira (11).