Físicos criam chips de computador mil vezes mais rápidos

Por Cássio Gusson
Físicos criam chips de computador 1000x mais rápidos. Foto: Dall-e

Cientistas da Alemanha e da Dinamarca deram um grande passo em direção à criação de chips de computador até 1.000 vezes mais rápidos, graças a um avanço na modulação de antenas de luz em nanoescala. Essa descoberta pode revolucionar a indústria de tecnologia, abrindo portas para processadores de alta velocidade, mais eficientes e capazes de lidar com grandes volumes de dados com rapidez sem precedentes.

Atualmente, os chips de computador atingiram seu limite de velocidade com a tecnologia de semicondutores, que opera em frequências de alguns gigahertz, limitando o número de operações por segundo. Isso força os sistemas modernos a utilizarem múltiplos chips para dividir as tarefas computacionais, já que a velocidade de cada chip não pode ser aumentada de forma significativa com as tecnologias existentes.

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No entanto, um novo estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade Julius-Maximilians (JMU), na Alemanha, e da Universidade do Sul da Dinamarca (SDU) sugere que a solução para aumentar drasticamente essa velocidade pode estar na substituição dos elétrons por fótons nos chips de computador. Usar luz em vez de eletricidade pode resultar em chips até 1.000 vezes mais rápidos.

O avanço chave para essa mudança tecnológica está nos ressonadores plasmônicos, também conhecidos como “antenas para luz”. Essas estruturas metálicas em nanoescala permitem que luz e elétrons interajam, dependendo da geometria, e podem trabalhar com diferentes frequências de luz, tornando-os uma solução promissora para superar as limitações atuais dos chips eletrônicos.

Chips mais rápidos para computadores

Contudo, até recentemente, os ressonadores plasmônicos não podiam ser modulados de forma eficaz, o que impedia a criação de interruptores rápidos baseados em luz. Foi nesse ponto que a colaboração entre as universidades alemã e dinamarquesa trouxe uma inovação significativa.

O avanço aconteceu quando os cientistas conseguiram modificar as propriedades de uma antena óptica ao alterar a superfície do ressonador de ouro com a aplicação de voltagem elétrica. Isso possibilitou o controle da modulação de luz de forma rápida e eficiente. Segundo Dr. Thorsten Feichtner, físico da JMU, “ao invés de tentar modificar todo o ressonador, focamos em alterar as propriedades da superfície, o que resultou em um avanço significativo na velocidade de modulação”.

Esse processo foi alcançado com técnicas de nanofabricação avançadas, utilizando feixes de íons de hélio e nanocristais de ouro. A abordagem inovadora permitiu uma modulação controlada, abrindo caminho para o desenvolvimento de chips de computador muito mais rápidos.

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A pesquisa, publicada na revista Science Advances, também revelou efeitos quânticos inesperados que desafiam os modelos clássicos. Ao integrar mecânica quântica com modelos clássicos de física, os cientistas agora têm um novo campo de pesquisa para explorar e desenvolver antenas ópticas ainda mais eficientes.

Além da computação, essa tecnologia pode ter aplicações em catalisadores de energia e armazenamento de energia, mostrando o vasto potencial da descoberta. Assim, o futuro dos chips de computador parece promissor, com a possibilidade de uma nova geração de processadores ultra-rápidos, movidos a luz, no horizonte.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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