Startup Suiça cria o primeiro processador do mundo usando neurônios do cérebro humano

Por Cássio Gusson
Startup Suiça cria o primeiro processador do mundo usando neurônios do cérebro humano. Foto: Dall-e

A startup suíça FinalSpark acaba de revolucionar o campo da tecnologia com a criação do primeiro bioprocessador do mundo, projetado para uma plataforma online que oferece acesso remoto a 16 organoides de cérebro humano. Esta inovação promete redefinir a maneira como entendemos o processamento de informações e a eficiência energética dos dispositivos computacionais.

Segundo a FinalSpark, seu bioprocessador não apenas aprende e processa informações, mas também é extremamente eficiente em termos de consumo de energia, utilizando até um milhão de vezes menos energia do que os processadores tradicionais.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Essa afirmação é destacada no documento divulgado pela empresa, que compara o consumo energético do seu bioprocessador ao treinamento de machine learning do GPT-3. Este último consome cerca de 10 GWh de energia, o que é mais de 6.000 vezes o consumo de uma cidade europeia média.

No entanto, a startup não especificou o consumo exato de energia do seu “Bio-CPU” em seu relatório, deixando uma lacuna importante na avaliação da eficiência real do dispositivo.

Em um momento em que países como os Estados Unidos estão considerando o uso de energia nuclear para alimentar inteligências artificiais, a proposta de um bioprocessador altamente eficiente poderia inaugurar uma nova era tecnológica. Entretanto, a viabilidade prática ainda está em fase de testes.

Processador usando tecidos humanos

A FinalSpark vem testando a tecnologia nos últimos quatro anos, com os testes operando 24 horas por dia, sete dias por semana. Durante esse período, os arrays de multi-eletrodos (MEA), cada um contendo quatro organoides, foram substituídos aproximadamente 250 vezes. Isso representa um avanço significativo, já que inicialmente os MEA duravam apenas algumas horas.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A neuroplataforma em que o bioprocessador opera é conhecida como “wetware” – uma combinação de componentes biológicos, hardware e software. Os MEA são formados por massas tridimensionais de tecido cerebral humano, com cada array contendo quatro organoides e organizados em grupos de quatro, totalizando 16 organoides por conjunto.

Apesar das promessas, a FinalSpark não divulgou especificações detalhadas sobre o desempenho comparativo entre seu bioprocessador e as CPUs convencionais. Além disso, a viabilidade comercial do projeto ainda não foi esclarecida, uma vez que a neuroplataforma não está disponível via nuvem. Atualmente, apenas nove instituições têm acesso à plataforma de computação remota com o bioprocessador, pagando uma taxa de $500cpm (criptomoeda) por instituição para utilizar o sistema em suas pesquisas.

Compartilhe:
Siga:
Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
Sair da versão mobile