Engenheiros desenvolvem nova bateria 100 vezes mais eficaz

Por Cássio Gusson
Nova bateria é muito mais eficiente que as atuais. Foto: Dall-e

Pesquisadores da Columbia Engineering anunciaram um avanço que pode revolucionar o setor de armazenamento de energia. Em um novo estudo publicado na revista científica Nature Communications, a equipe de engenheiros desenvolveu uma nova bateria baseada em um eletrólito inovador que promete ser 100 vezes mais eficaz do que as atuais.

A nova tecnologia utiliza uma combinação de potássio (K), sódio (Na) e enxofre (S), elementos abundantes e de baixo custo, para criar uma solução acessível e eficiente para o armazenamento de energia renovável.

Fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, são vistas como essenciais para um futuro sustentável. No entanto, um dos maiores obstáculos enfrentados por essas tecnologias é a inconsistência na geração de energia, que nem sempre coincide com os períodos de maior demanda. Para resolver esse problema, é fundamental desenvolver soluções de armazenamento de energia que sejam econômicas e eficazes, garantindo que a energia possa ser utilizada mesmo quando o sol não está brilhando ou o vento não está soprando.

A equipe de Columbia se concentrou na criação de uma nova geração de baterias que possam armazenar grandes quantidades de energia por longos períodos, contribuindo para a estabilização das redes elétricas e reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

Baterias: o avanço tecnológico

As baterias K-Na/S desenvolvidas pelos engenheiros da Columbia enfrentavam dois grandes desafios: baixa capacidade de armazenamento e a necessidade de operar em temperaturas extremamente altas, acima de 250°C, o que aumentava os custos e complexidade de gerenciamento térmico.

No entanto, a equipe conseguiu superar esses obstáculos ao introduzir um eletrólito inovador, composto por acetamida e ε-caprolactama, capaz de dissolver os compostos sólidos que limitavam o desempenho das baterias anteriores.

Graças a essa inovação, as novas baterias conseguem operar em temperaturas muito mais baixas, em torno de 75°C, sem perder eficiência. Além disso, alcançam quase a capacidade teórica de armazenamento de energia, algo inédito para esse tipo de tecnologia.

O professor Yuan Yang, líder da equipe, afirmou que “tornar a energia renovável mais confiável é crucial para estabilizar as redes de energia e promover um futuro sustentável.”

Perspectivas Futuras

Atualmente, a tecnologia está sendo aplicada em baterias pequenas, do tamanho de uma moeda, mas a equipe de Columbia já está planejando expandir o desenvolvimento para baterias maiores, capazes de armazenar grandes quantidades de energia de fontes renováveis. Se bem-sucedidas, essas novas baterias poderiam garantir um suprimento estável e confiável de energia, mesmo em períodos de pouca geração solar ou eólica.

A descoberta marca um passo importante no campo de armazenamento de energia e promete um futuro mais sustentável. Com o apoio do Columbia Electrochemical Energy Center (CEEC), que está acelerando a comercialização dessa tecnologia, as perspectivas de um mundo com menor dependência de combustíveis fósseis parecem cada vez mais viáveis.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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