As vendas do Vision Pro, os óculos de realidade virtual da Apple, sofreram uma queda significativa no segundo trimestre de 2024, apresentando uma redução de 80% em comparação com o trimestre anterior.
Essa desaceleração acentuada nas vendas do dispositivo é um sinal preocupante para a empresa, que já havia ajustado suas expectativas de remessa para o primeiro ano, revisando os números para entre 400 mil e 450 mil unidades, bem abaixo das 700 mil a 800 mil projetadas inicialmente.
Um dos fatores mais críticos por trás do desempenho abaixo do esperado do Vision Pro é a falta de novos aplicativos lançados para o dispositivo.
O crescimento do ecossistema de apps tem sido lento, e atualmente o Vision Pro conta com apenas 2.500 aplicativos disponíveis.
Para efeito de comparação, quase um ano após o lançamento da App Store em 2008, o iPhone já contava com 50 mil aplicativos, e o Apple Watch tinha 10 mil apps apenas cinco meses após sua estreia.
Vision Pro não tem atraído desenvolvedores
A principal razão por trás do ritmo lento de crescimento do ecossistema de aplicativos do Vision Pro parece ser a dificuldade da Apple em atrair desenvolvedores para a plataforma de realidade virtual.
Sem um número suficiente de aplicativos inovadores e úteis, muitos usuários estão considerando o dispositivo menos prático do que o esperado, com alguns até optando por vender seus headsets.
A concorrência também tem sido um desafio.
A Meta, com o Quest, tem dominado o segmento de realidade virtual e recentemente ganhou ainda mais atenção com o hype em torno do Orion, seu novo produto, ainda sem data para chegar ao mercado.
O valor do dispositivo também não é nada atraente, sendo de quase R$ 20 mil (US$ 3.499).
No entanto, a Apple está se preparando para reagir.
A empresa já planeja lançar uma versão mais acessível do Vision Pro, prevista para chegar ao mercado em janeiro de 2025, o que pode trazer uma nova oportunidade para a Apple se consolidar nesse setor emergente.