E-mails internos vazados confirmaram que a Microsoft está demitindo todo o seu setor conhecido como DEI — diversidade, equidade e inclusão. Após a decisão vir a público, a empresa afirmou que, apesar do encerramento do setor, seus compromissos com essas pautas permanecem inalterados.
A iniciativa já foi adotada por outras grandes empresas, como Google, Meta e Zoom, que também cortaram seus programas e equipes de DEI nos últimos meses.
Essa sequência de decisões por parte das Big Techs pode indicar uma tendência de mercado, levando empresas menores a seguir na mesma direção.
Esse movimento parece ser o oposto do que ocorreu principalmente a partir de 2020, quando investir na inclusão de minorias nos times foi uma política amplamente adotada.
No entanto, atualmente, cada vez mais empresas têm deixado de incluir em seus relatórios trimestrais suas metas de diversidade.
O que era tendência há um ano agora está gradualmente desaparecendo dos relatórios anuais das maiores empresas americanas.
A partir de 2022, muitas companhias estabeleceram metas ambiciosas e destinaram verbas bilionárias para aumentar o recrutamento de minorias étnicas e raciais.
Contudo, as empresas passaram a ser pressionadas tanto por críticos quanto por apoiadores dessas medidas.
Para evitar ameaças políticas e jurídicas, a estratégia adotada por empresas como Salesforce, BestBuy e Nordstrom foi parar de divulgar metas e relatórios sobre diversidade e inclusão.
Esta mudança visa mitigar possíveis repercussões legais decorrentes de processos seletivos exclusivos para minorias, que enfrentam desafios na Suprema Corte dos EUA.
Diversidade pode levar empresas a faturar mais
Em 2021, 94% do aumento anual de contratações em grandes empresas americanas resultou da admissão de pessoas negras. No entanto, atualmente, apenas 26% das maiores companhias dos EUA analisam raça e etnia na contratação.
O orçamento para políticas afirmativas caiu 4%, e as estratégias de diversidade tiveram uma queda de 9% YoY (year over year).
Críticos dessas políticas argumentam que, na prática, elas geram mais discriminação. Por outro lado, alguns estudos indicam que empresas mais diversas podem faturar até 19% mais.
Essa mudança de postura das empresas em relação à diversidade e inclusão é um reflexo das complexas pressões econômicas, políticas e sociais que influenciam o ambiente corporativo contemporâneo.