Americanas integra Shoptime e Submarino à sua marca principal como parte da estratégia para se reerguer

Por Luciano Rodrigues
Americanas integra Shoptime e Submarino à sua marca principal como parte da estratégia para se reerguer - Imagem: Dall-E

A Americanas, atualmente em recuperação judicial, anunciou uma significativa mudança em sua estratégia digital: a integração dos sites e aplicativos do Shoptime e Submarino à sua marca principal.

Essa iniciativa faz parte de uma nova abordagem que visa transformar seu shopping virtual em um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas, alinhando-se com a visão de uma operação mais ágil, rentável e eficiente.

De acordo com a Americanas, a decisão de integrar Shoptime e Submarino visa acelerar o plano de transformação e foco da empresa, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores.

O objetivo é que a marca principal, que já possui maior tráfego e volume de clientes, seja fortalecida com essa integração, consolidando sua presença no mercado.

A mudança vem após a empresa reduzir substancialmente sua operação de comércio eletrônico em busca de maior rentabilidade.

No passado, o braço digital representava até 50% das vendas, mas a nova gestão espera que, daqui para frente, a operação digital represente cerca de 20% das vendas totais, ainda com algum nível de queima de caixa nos próximos anos.

Na nova estratégia, a expectativa é que mercadorias de terceiros representem 95% ou mais das vendas digitais, com foco em lojas oficiais de grandes marcas, como Samsung e Nestlé.

Esses grandes lojistas deverão compor cerca de três quartos do shopping virtual da Americanas, proporcionando uma plataforma robusta e confiável para os consumidores.

Fraude bilionária derrubou comércio e ações da Americanas

A Americanas tem enfrentado desafios significativos desde a revelação de uma fraude bilionária em suas contas em janeiro de 2023.

A crise resultou em uma drástica queda nas vendas digitais, que nos primeiros nove meses de 2023 representaram apenas 29% do total da varejista, com um volume bruto de mercadorias de R$ 4,8 bilhões, uma redução de 77% em comparação com o mesmo período de 2022.

A reestruturação digital é uma virada de chave importante para a Americanas.

Historicamente, a empresa apostava fortemente em seu e-commerce, especialmente após a fusão entre Americanas.com e Submarino em 2006, que criou a B2W. No entanto, com dificuldades de rentabilidade e pressão do mercado, a B2W foi incorporada à Americanas SA em 2021.

Agora, com a nova estratégia digital, a Americanas busca um modelo semelhante ao Tmall, do grupo chinês Alibaba, abrigando lojas oficiais de marcas relevantes.

A empresa tem procurado fornecedores chave e oferecido novos tipos de contratos para vender seus produtos diretamente ao consumidor através de sua plataforma.

Essa reformulação é uma tentativa de recuperar a competitividade e estabilidade da empresa, após ter sua participação no mercado de marketplace reduzida de 18% para 2% entre 2020 e 2024.

Em um cenário de recuperação judicial, a Americanas busca se reinventar e estabelecer uma operação digital mais sustentável e focada em parcerias estratégicas com grandes marcas.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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