O anúncio da redução de gastos no valor de R$ 25,9 bilhões pelo governo Lula, liderado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, foi recebido com cauteloso otimismo por economistas e analistas financeiros.
A medida visa reafirmar o compromisso com a responsabilidade fiscal e estabilizar o dólar, que tem mostrado alta volatilidade nos últimos meses. A questão principal é se essa ação será suficiente para resolver o problema da alta da moeda americana.
Economistas, em sua grande maioria, concordam que a combinação de medidas complementares, comunicação clara e reformas estruturais será crucial para garantir um impacto duradouro e positivo na economia brasileira.
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Economistas analisam o anúncio do governo
José Alfaix, economista da Rio Bravo, afirma que ações podem não ser suficientes:
“Ajuste fiscal proposto via revisão cadastral dos benefícios e programas assistenciais do governo ajuda, mas o problema demanda mais do que um mero pente fino.”
Ele destaca que, embora o anúncio tenha acalmado temporariamente o mercado, a verdadeira influência na baixa do dólar se deve à desaceleração econômica nos EUA, refletida nos dados de emprego e atividade econômica.
Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, concorda que o corte de despesas é um passo importante para mostrar ao mercado o comprometimento do governo com a meta fiscal. Ele ressalta que, além da redução de gastos, é fundamental que o governo mantenha uma comunicação clara e consistente para evitar incertezas no mercado.
“Para que o governo consiga cumprir o arcabouço fiscal, os próximos passos devem incluir um monitoramento rigoroso das receitas e despesas e manter um diálogo aberto e transparente com o mercado.”
Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, destaca a importância da comunicação e do compromisso fiscal do governo.
“Você percebe que é só a mudança de comunicação e a sinalização de que vão perseguir a meta fiscal que é muito positivo. Claro que isso, por enquanto, foi só uma sinalização, não foi uma ação; então nesse primeiro momento o mercado sim vai reagir positivamente.”
Ele alerta, no entanto, que a falta de ações concretas pode fazer o mercado voltar a estressar.
André Colares, CEO da Smart House Investments, enfatiza que a efetividade da medida dependerá de sua execução eficaz e de outras ações complementares.
“Os próximos passos para o governo incluem a implementação de reformas estruturais que possam garantir um crescimento sustentável e a revisão de políticas que possam contribuir para um ambiente econômico mais previsível e confiável.”
Ele também sublinha a importância de um alinhamento entre a política fiscal e monetária para manter a estabilidade econômica.
Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, complementa que, além do corte de despesas, o governo deve adotar medidas para impulsionar as receitas do país e analisar possíveis novas formas de arrecadação sem prejudicar o mercado.
“A sinalização de um corte detalhista do orçamento é fundamental, mas deve ser acompanhada por outras medidas que garantam a sustentabilidade fiscal a longo prazo.”
Em resumo, enquanto o anúncio do corte de R$ 25,9 bilhões em despesas é um sinal positivo para o mercado e uma tentativa de estabilizar o dólar, especialistas concordam que essa ação, por si só, não será suficiente.