Corte de despesas e alta do dólar: medidas do governo Lula é suficiente para controlar a moeda?

Por Luciano Rodrigues
Corte de despesas e alta do dólar - medida do governo é suficiente para controlar a moeda - Imagem: Dall-E

O anúncio da redução de gastos no valor de R$ 25,9 bilhões pelo governo Lula, liderado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, foi recebido com cauteloso otimismo por economistas e analistas financeiros.

A medida visa reafirmar o compromisso com a responsabilidade fiscal e estabilizar o dólar, que tem mostrado alta volatilidade nos últimos meses. A questão principal é se essa ação será suficiente para resolver o problema da alta da moeda americana.

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Economistas, em sua grande maioria, concordam que a combinação de medidas complementares, comunicação clara e reformas estruturais será crucial para garantir um impacto duradouro e positivo na economia brasileira.

Economistas analisam o anúncio do governo

José Alfaix, economista da Rio Bravo, afirma que ações podem não ser suficientes:

“Ajuste fiscal proposto via revisão cadastral dos benefícios e programas assistenciais do governo ajuda, mas o problema demanda mais do que um mero pente fino.”

Ele destaca que, embora o anúncio tenha acalmado temporariamente o mercado, a verdadeira influência na baixa do dólar se deve à desaceleração econômica nos EUA, refletida nos dados de emprego e atividade econômica.

Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, concorda que o corte de despesas é um passo importante para mostrar ao mercado o comprometimento do governo com a meta fiscal. Ele ressalta que, além da redução de gastos, é fundamental que o governo mantenha uma comunicação clara e consistente para evitar incertezas no mercado.

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“Para que o governo consiga cumprir o arcabouço fiscal, os próximos passos devem incluir um monitoramento rigoroso das receitas e despesas e manter um diálogo aberto e transparente com o mercado.”

Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, destaca a importância da comunicação e do compromisso fiscal do governo.

“Você percebe que é só a mudança de comunicação e a sinalização de que vão perseguir a meta fiscal que é muito positivo. Claro que isso, por enquanto, foi só uma sinalização, não foi uma ação; então nesse primeiro momento o mercado sim vai reagir positivamente.”

Ele alerta, no entanto, que a falta de ações concretas pode fazer o mercado voltar a estressar.

André Colares, CEO da Smart House Investments, enfatiza que a efetividade da medida dependerá de sua execução eficaz e de outras ações complementares.

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“Os próximos passos para o governo incluem a implementação de reformas estruturais que possam garantir um crescimento sustentável e a revisão de políticas que possam contribuir para um ambiente econômico mais previsível e confiável.”

Ele também sublinha a importância de um alinhamento entre a política fiscal e monetária para manter a estabilidade econômica.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, complementa que, além do corte de despesas, o governo deve adotar medidas para impulsionar as receitas do país e analisar possíveis novas formas de arrecadação sem prejudicar o mercado.

“A sinalização de um corte detalhista do orçamento é fundamental, mas deve ser acompanhada por outras medidas que garantam a sustentabilidade fiscal a longo prazo.”

Em resumo, enquanto o anúncio do corte de R$ 25,9 bilhões em despesas é um sinal positivo para o mercado e uma tentativa de estabilizar o dólar, especialistas concordam que essa ação, por si só, não será suficiente.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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