Especialistas comentam se dólar vai chegar a R$ 6 com declarações de Lula

Por Cássio Gusson
Especialistas comentam se dólar vai chegar a 6 reais com declarações de Lula. Foto: Dall-e

O dólar voltou a registrar forte alta, ficando acima de R$ 5,70 com declarações do governo Lula que não foram bem recebidas pelo mercado. Para José Alfaix, economista da Rio Bravo, o governo deve se comprometer com os ajustes fiscais via revisão de gastos como um primeiro passo, para baixar o valor da moeda americana

Segundo Alfaix, apesar de muito difícil, devido ao custo político e a aversão de Lula à ideia, a proposta das desvinculações de pisos constitucionais traria o maior alívio para as contas públicas, visto o peso dessas despesas obrigatórias quando contrastadas com as discricionárias. Ao mesmo tempo, o redirecionamento de programas assistenciais do governo, e revisão de alguns gastos tributários parecem mais prováveis.

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“Os ministros devem fazer ‘alterações cirúrgicas”’nas despesas, dada a sensibilidade do tema, o que talvez dificulte uma melhora estrutural. Para combater a alta do dólar, o governo precisa parar de alimentar atrito com o Banco Central, e se comprometer ao cumprimento das metas fiscais”, aponta Alfaix.

Já Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, destaca que para que o dólar apresente uma redução em relação ao real, o governo brasileiro precisa adotar uma política fiscal mais rigorosa e transparente, bem como melhorar a comunicação com o mercado financeiro. A confiança dos investidores é fundamental para atrair e manter capital no país. Portanto, o cumprimento do arcabouço fiscal e a demonstração de um compromisso sólido com a responsabilidade fiscal são essenciais.

Além disso, ele disse que as declarações do presidente e de outros membros do governo devem ser alinhadas e consistentes, evitando gerar instabilidades e incertezas que possam levar à fuga de capitais. Outra medida importante é a manutenção de uma política monetária coerente e independente. A autonomia do Banco Central deve ser respeitada e reforçada, garantindo que as decisões sobre juros e outras políticas monetárias sejam baseadas em critérios técnicos e não políticos.

“A redução das taxas de juros nos Estados Unidos também pode ajudar a aliviar a pressão sobre o dólar, mas essa é uma variável externa sobre a qual o governo brasileiro tem pouco controle. Portanto, focar em políticas internas robustas e transparentes é a melhor estratégia para promover a estabilidade cambial e reduzir a valorização do dólar”, avalia Murad.

Dólar hoje

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, afirma que Lula tem que parar de bater no Banco Central, pois são dados técnicos; em segundo, assumir um compromisso sério e possível em relação a redução de custos e que mostrem números que o mercado possa enxergar; já em terceiro, parar de aumentar a tributação porque diminui os investimentos e a entrada de investidores no Brasil.

“Por último ele deve entender que os discursos do dia a dia deve -se deixar a parte econômica, técnica fora; pois nunca foi bom para nenhum tipo de presidente, sempre há muito mais ruído do que ganho em relação a isso. Penso que nesse momento falar em intervenção no Banco Central, também criaria um ruído ruim porque poderia achar que a baixa intervenção ela é artificial, num primeiro momento daria uma baixa, mas nos próximos dias consequentemente o dólar voltaria a subir”, afirma Eyng.

Na mesma linha, Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, trazer corte de gastos, é a única coisa que serviria para poder acalmar o mercado e tirar a pressão.

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“Então, se o governo trouxer as medidas de corte, um plano coerente de corte de gastos que vá naquela casa de 20 a 30 bilhões que é o necessário, mudaria completamente o jogo do mercado, o dólar desaceleraria, a bolsa voltaria a ganhar fôlego. Então, seria a única medida que salvaria o arcabouço fiscal”, destaca Laatus.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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