Pix vai superar os cartões de crédito em 2025

Por Cássio Gusson
Pix vai superar cartões de crédito. Foto: Dall-e

O sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, o Pix, está prestes a superar os cartões de crédito como o método de pagamento mais utilizado no comércio digital brasileiro até o próximo ano, segundo dados da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) analisados pelo EBANX.

A projeção para 2025 estima que o Pix representará 44% de todo o valor transacionado em compras online no Brasil, um aumento de quatro pontos percentuais, enquanto os cartões terão uma participação de 41%.

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A aceleração ainda mais intensa do Pix no último ano antecipou esse cenário, já que previsões anteriores indicavam que ele superaria os cartões de crédito após 2026. Esses dados fazem parte de um estudo produzido para o 7º Payments Summit do EBANX.

O crescimento do Pix no último ano foi impulsionado principalmente pelo varejo e turismo, os dois maiores setores digitais do país, e também os que mais vão acelerar: 31% e 20% ao ano, respectivamente, nos próximos três anos, com o Pix representando atualmente um terço do valor total transacionado em cada um.

“Esses setores viram no Pix uma forma de alcançar mais clientes. Muitas empresas que vendem online incentivam os pagamentos com Pix oferecendo descontos para quem o escolhe”, explica Sebastian Fantini, Diretor de Produto do EBANX.

Games e aplicativos de entrega também contribuíram significativamente para a aceleração do Pix. Em ambos os casos, o volume de transações com Pix já está se aproximando do percentual dos cartões de crédito.

Verticais como SaaS (software como serviço) e plataformas de streaming ainda são dominadas por cartões de crédito, com mais de 60% de participação, mas espera-se que esse cenário mude em breve, já que o Banco Central do Brasil está desenvolvendo novas funcionalidades para o Pix que têm o potencial de torná-lo ainda mais popular, como o Pix Automático, para pagamentos recorrentes, e o Pix Garantido, que permitirá aos consumidores pagar com Pix em parcelas, o que é um hábito comum entre os brasileiros.

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“O Pix ainda tem muito espaço para crescimento, mesmo já fazendo parte da vida de 4 em cada 5 adultos brasileiros”, diz Fantini.

Não é à toa que, sozinho, o Pix irá representar 24% do valor total transacionado online em toda a América Latina em 2025. Com o sucesso do Pix, o Brasil se tornou um farol para o mercado de pagamentos em toda a região: dez países da América Latina estão desenvolvendo ou lançando métodos de pagamento instantâneos inspirados no Pix, conforme aponta a Capgemini.

Pix é uma porta de entrada para o comércio digital

De acordo com o Banco Central, o Pix incluiu 71,5 milhões de usuários no sistema financeiro em apenas dois anos de operação. Essas pessoas estavam virtualmente excluídas do comércio digital. Dados internos do EBANX mostram que 95% das pessoas que fizeram sua primeira compra em uma das lojas online de seus parceiros pagaram com Pix.

“De fato, o Pix tem servido como uma porta de entrada para o comércio digital. Ele impactou positivamente não só a inclusão financeira e digital dos brasileiros, mas também os negócios das empresas que oferecem esse método de pagamento aos seus clientes”, diz Fantini.

As empresas que aceitam o Pix com o EBANX no comércio digital experimentam um aumento de 16% em sua receita e um crescimento de 25% no número de clientes. “O Pix está impactando os resultados financeiros deles”, enfatiza.

Os dados internos do EBANX consideram mais de 2 milhões de transações diárias, incluindo pagamentos de 20% de todos os usuários de Pix e quase 70% dos portadores de cartão de crédito no Brasil.

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Apesar do rápido crescimento do Pix, os cartões de crédito ainda têm grande importância na fidelização de clientes no Brasil, onde a emissão de cartões aumentou em impressionantes 130% em quatro anos. Os dados da PCMI analisados pelo EBANX indicam um crescimento anual de 21% no valor transacionado no comércio digital por meio de cartões de crédito nos próximos três anos.

“Cartões de crédito e métodos de pagamento instantâneos como o Pix são aliados, não concorrentes”, explica Fantini. “É por isso que dizemos no EBANX que as empresas não devem focar em um método ou outro, mas sim ter uma combinação, adaptada ao seu setor e ao país de foco”.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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