O preço do ouro (XAU/USD) voltou a ser negociado acima de US$ 2.500 nesta quinta-feira, após se recuperar da mínima de US$ 2.471 registrada no dia anterior. Com a alta recente, o ouro subiu mais de R$ 5 mil em menos de 24h.
O movimento de alta (mais de R$ 5 mil foi impulsionado pela divulgação de dados de empregos mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos, aumentando os temores de uma desaceleração econômica acentuada.
O analista Joaquin Monfort destacou que o metal precioso se beneficiou da crescente demanda por ativos de refúgio seguro após a divulgação dos números de empregos.
“A demanda pelo ouro aumentou após os dados fracos de emprego, o que também sugere que as taxas de juros podem cair mais rapidamente do que o previsto nos EUA. Isso é uma boa notícia para o ouro, já que reduz o custo de oportunidade de manter um ativo que não paga juros”, explicou Monfort.
Segundo o relatório do Bureau of Labor Statistics dos EUA, divulgado na quarta-feira, as ofertas de emprego caíram para 7,673 milhões em julho, em comparação com os 7,910 milhões revisados para baixo em junho, e ficaram abaixo das estimativas de 8,1 milhões.
Esses números alimentam o cenário de fragilidade do mercado de trabalho nos EUA, que vem guiando as expectativas de política monetária do Federal Reserve (Fed). O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia alertado sobre a situação do emprego em seu discurso no Simpósio de Jackson Hole no mês passado.
Os dados de emprego somam-se aos fracos números da indústria americana divulgados na terça-feira, que desencadearam uma queda brusca nos mercados globais, agravada pelo receio de uma bolha no setor de tecnologia de Inteligência Artificial (IA).
“O enfraquecimento dos dados econômicos reforça a possibilidade de cortes mais agressivos nas taxas de juros”, disse Monfort. A probabilidade de que o Fed reduza as taxas em 0,50% na reunião de 18 de setembro, em vez do corte padrão de 0,25%, subiu de 31% para 45% após a divulgação dos dados de emprego e da indústria.
Análise técnica aponta tendência de alta
Do ponto de vista técnico, Monfort destacou que o ouro formou dois candles de alta consecutivos no gráfico diário, conhecidos como “Hammer”, o que sugere uma possível recuperação. “Se o ouro fechar o dia de quinta-feira com uma alta sólida, isso confirmará a retomada da tendência de alta”, explicou o analista.
O preço do ouro está posicionado para retomar o nível recorde de US$ 2.531, atingido em 20 de agosto, caso consiga manter o momentum de recuperação. O alvo de alta de US$ 2.550, identificado após o rompimento da faixa de negociação de julho a agosto, ainda permanece ativo e pode ser alcançado em breve, segundo Monfort.
“Se o ouro romper o recorde de US$ 2.531, isso confirmará a continuidade do movimento de alta em direção ao alvo de US$ 2.550”, previu o analista.
No entanto, Monfort adverte que, se o preço do ouro começar a enfraquecer novamente, o próximo nível de suporte pode ser encontrado na faixa de US$ 2.470 a US$ 2.460. Uma quebra decisiva abaixo desse patamar poderia indicar o início de uma tendência de baixa mais pronunciada.