O ouro (XAU/USD) continua a se manter estável acima da marca de US$ 2.500, apesar das recentes oscilações no mercado. Segundo o analista técnico Joaquin Monfort, o metal precioso tem oscilado dentro de uma faixa estreita nas últimas semanas, com os investidores atentos às expectativas de política monetária e possíveis alterações nas taxas de juros dos Estados Unidos.
Monfort observa que os dados mistos de emprego dos EUA, divulgados recentemente, colocaram em dúvida a possibilidade de o Federal Reserve (Fed) adotar uma postura mais agressiva de corte na taxa de juros em sua reunião de 18 de setembro.
“O mercado estava precificando uma chance de cerca de 40% de um corte de 0,50% (50 pontos-base), mas essa expectativa caiu para 30% após o último relatório de empregos”, afirma o analista.
O preço do ouro, que tende a se valorizar quando as taxas de juros caem, sofreu impacto negativo com essa redução nas probabilidades. Monfort explica que, embora o relatório de empregos tenha mostrado que a criação de novas vagas foi menor do que o esperado, a queda na taxa de desemprego para 4,2%, juntamente com o aumento dos salários acima das previsões, indicou que o mercado de trabalho norte-americano ainda não está em uma situação crítica.
“O aumento dos salários sugere que a inflação de salários está crescendo, o que reduz a necessidade de cortes agressivos nas taxas de juros pelo Fed”, diz ele.
Preço do ouro
Na análise técnica, Monfort destaca que o ouro está se movendo dentro de uma faixa bem definida, entre o recorde histórico de US$ 2.531 e o suporte em torno de US$ 2.475.
“O metal amarelo está operando no meio dessa faixa e, até que haja um rompimento claro de um dos lados, ele provavelmente continuará a oscilar entre esses dois níveis”, observa. Ele complementa que um rompimento decisivo seria caracterizado por um forte movimento com um fechamento claro fora da faixa atual.
Para os investidores de longo prazo, o cenário permanece ligeiramente otimista, com o ouro ainda seguindo uma tendência de alta.
“Existe um alvo não atingido em US$ 2.550, gerado após o rompimento inicial da faixa de julho-agosto, que pode ser alcançado se a tendência de alta se mantiver”, afirma Monfort. Ele também sugere que um rompimento acima do recorde histórico de 20 de agosto, de US$ 2.531, poderia reforçar essa trajetória ascendente.
No entanto, o analista alerta que, se o ouro continuar a enfraquecer e romper abaixo do suporte de US$ 2.460, isso poderia sinalizar o início de uma tendência de baixa mais acentuada. “Um fechamento abaixo de US$ 2.460 mudaria o cenário e indicaria um possível declínio mais pronunciado”, diz ele.